Este estudo tem como objetivo geral avaliar a redução da atividade de cárie após fluorterapia empregada em escolares. Foi realizado na Escola Municipal Santa Ana Mestra, em Curitiba – PR, onde foram realizadas atividades educativas para 145 crianças de cinco a sete anos de idade, matriculados na pré-escola e nas primeiras séries do ensino fundamental, do período da tarde, no espaço físico da escola, por um dentista e dois auxiliares. Em seguida, em cronograma acordado entre a escola e os profissionais de saúde, foram realizados exames bucais em todas as crianças, ao ar livre, com luz natural, utilizando-se sonda, espelho e gaze. As crianças foram examinadas pelo dentista, onde foi avaliada a presença de manchas brancas. Depois, então, todas receberam orientação de escovação individual e uma escovação com flúor gel a 1,23%, independentemente do risco de cárie, como medida preventiva e de estímulo ao autocuidado, Isso feito com todas as crianças, separamos as que apresentaram manchas brancas, e, para estas, foi realizada uma escovação com flúor gel a 1,23% por semana, durante os meses de maio, junho e julho. Simultaneamente, foram aplicados questionários semi-estruturados em oito famílias cujas crianças estavam se submetendo à fluorterapia. Neste questionário, por meio de resposta livre, foi investigado sobre o uso de medidas de autocuidado (escovação, uso do fio dental e pasta dental) da família; hábitos alimentares; acesso a serviços odontológicos e conhecimento sobre as causas e métodos de prevenção da cárie dentária. Das 145 crianças-alvo do estudo, 13 apresentaram manchas brancas, e nelas foram realizadas sessões semanais de escovação com flúor gel a 1,23%, buscando a remineralização das mesmas. Em 69,23% das crianças houve a remineralização total das lesões, reafirmando a importância do flúor na prevenção da cárie e que também, de acordo com as comprovações científicas, o flúor, apesar de importantíssimo na prevenção da cárie, por si só não impede a perda de mineral. Outras medidas preventivas devem ser associadas simultaneamente, como a redução da ingestão de açúcar e o controle da placa bacteriana.

Estudo qualitativo exploratório que teve o estudo de caso como método, sendo o objeto de estudo “a realidade da área de abrangência da Unidade de Saúde Esplanada” do Município de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba-PR. Os objetivos foram: investigar a realidade da área de abrangência da Unidade de Saúde Esplanada do Município de Pinhais e contribuir para implementação do Programa Saúde da Família na referida Unidade. A Unidade-caso estudada foi a área de abrangência da Unidade Básica de Saúde Esplanada, que engloba três bairros: Vila Esplanada, Vale da Boa Esperança e Vila Palmital. A coleta de dados ocorreu no período entre maio e julho de 2005, por meio da observação estruturada e coleta de dados junto à comunidade; nos registros de atendimentos na Unidade de Saúde Esplanada; nos serviços de Vigilância Epidemiológica Municipal e Estadual; nos registros históricos do Município; nos registros da Secretaria Municipal de Saúde; nos dados populacionais segundo o IBGE e nos dados da Estimativa Rápida na Vila Palmital realizada pelos alunos do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná, onde o território é considerado de maior risco para a saúde. Na análise dos dados foram identificadas as convergências e divergências entre os dados, à luz do referencial teórico. Como resultados foram encontradas diferenças entre indicadores populacionais do Município como um todo e os da área pesquisada, destacando-se a faixa etária dos moradores, renda, saneamento básico e indicadores de morbidade. A comunidade mostrou-se insatisfeita devido a pouca resolutividade do serviço local de saúde para as questões que tem que enfrentar. Mostra-se a importância da territorialização e a necessidade do planejamento de ações de saúde efetivas baseadas nos aspectos locais.

Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar as condições de saúde bucal dos idosos da Vila das Torres, Curitiba-Pr. Material e métodos: participaram do estudo 88 pessoas, na faixa etária de 65 a 74 anos, moradoras da Vila das Torres. Foram aplicados questionários com questões sobre as características sócio-econômicas, acesso aos serviços odontológicos e autopercepção. Realizou-se exame clínico para determinar a prevalência das principais doenças bucais, uso e necessidade de prótese e necessidade de tratamento da cárie e doença periodontal. O exame clínico revelou que 72,7% dos idosos apresentavam edentulismo. A necessidade de prótese foi de 70,3% na arcada inferior e de 63,6% na arcada superior. O resultado do índice CPO-D foi de 29,3% e o percentual para o componente perdido foi de 97,5%. A necessidade de tratamento para a cárie foi apresentada em 22,7% dos idosos. O índice CPI demonstrou o maior escore para o sextante excluído: 91%. Idosos com alterações em tecido mole foram 38,6%. A avaliação do acesso a serviços odontológicos mostrou que 68% dos idosos consultaram há 3 anos ou mais; 50% deles consultaram em serviço privado por motivo de confecção de prótese. A avaliação do atendimento recebido foi boa para 79,5% dessas pessoas. A autopercepção das condições bucais foi positiva, com a maioria dos idosos classificando como boa a saúde bucal, a mastigação, a aparência e a fala. A hipótese de que os idosos apresentavam uma condição de agravamento epidemiológico em saúde bucal foi confirmada pelos resultados dessa pesquisa. Os dados revelaram que o número de perdas dentárias foi elevado e o aumento da necessidade de prótese também. A autopercepção teve pouca influência das condições clínicas, ou seja, foi positiva mesmo quando o exame clínico demonstrava precariedade na condição bucal.

O “Programa Mãe Curitibana” inclui rotinas específicas para a atenção ao pré-natal de baixo, médio e alto risco, tendo como princípios fundamentais o respeito e a humanização na atenção à saúde da mulher e da criança, melhorando dessa forma, a qualidade do atendimento com a diminuição de risco e sofrimentos. No “Programa Mãe Curitibana”, também estão previstas ações de Saúde Bucal que se somam às demais para conferir o caráter de integralidade à atenção da mulher. No entanto, a inclusão pura e simples dos procedimentos do campo odontológico também não propiciou as condições para a exeqüibilidade das ações de saúde bucal nos referenciais teóricos postulados na primeira parte deste trabalho. O presente estudo foi realizado através de uma análise crítica do conteúdo do Protocolo Mãe Curitibana, à luz do enfoque da Saúde Coletiva e da Odontologia Social e Preventiva. O autor utilizou-se deste desenho de pesquisa por vivenciar no cotidiano de sua prática as contradições que permeiam a assistência pré-natal no âmbito da saúde bucal, tendo o pressuposto da integralidade como eixo norteador das práticas em saúde coletiva. O protocolo inclui a saúde bucal dentro dos aspectos relevantes da avaliação da gestante, o que, de certa forma, foi um grande avanço, pois nas duas versões anteriores não havia menção das mesmas. Estas reflexões sobre a interdisciplinaridade apontam para a necessidade de transformação do trabalho isolado em trabalho coletivo que, pelo que se compreende, é um momento de síntese da apreensão dos múltiplos conhecimentos e práticas, determinando um novo modo de contribuir para a produção da saúde.

O presente estudo realizou uma pesquisa de controle social, por meio da análise da percepção do SUS pela população atendida pela Unidade de Saúde Campina do Siqueira, do Distrito Sanitário de Santa Felicidade, em Curitiba-PR. O instrumento de coleta de dados utilizado para avaliação de uma amostra desta população constituiu-se de um questionário, contendo questões que abrangiam características dos indivíduos e questões sobre o sistema de saúde. Estes questionários foram entregues aos usuários, na Unidade de Saúde, durante o período de um mês. Desta forma, foi possível avaliar questões como percepção de saúde pela população usuária local, além de um perfil do SUS, analisando-se o que está adequado e o que pode ser melhorado neste sistema local de saúde. Apesar das dificuldades em se analisar a satisfação da clientela devido à ampla dimensão dessa variável, o presente estudo utilizou-se da satisfação na avaliação da qualidade do serviço, abordando também o relacionamento dos usuários com a instituição. Assim, observou-se uma alta satisfação das expectativas da população atendida na Unidade de Saúde Campina do Siqueira em relação ao acesso, acolhimento, resolutividade e outras questões gerais. Também se identificou aspectos do relacionamento da população com a instituição, bem como de alguns problemas locais segundo a interpretação da população. Sabe-se que ações no campo da saúde dependem da participação da comunidade, assim, é importante conhecer a forma pela qual a população recebe e utiliza os serviços, para que se possam oferecer melhorias no atendimento e no desempenho do sistema de saúde, colaborando na construção de um SUS que seja, acima de tudo, cidadão.

Avanços no tratamento ao renal crônico, na diálise e no número de transplantes têm aumentado a expectativa de vida destes pacientes. Portanto, mais atenção deve ser concentrada em outras áreas, dentre elas a odontológica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a saúde bucal, a caracterização sócio-econômica e orientar um grupo de pacientes em tratamento de hemodiálise sobre a importância do cuidado com a saúde bucal. O estudo mostrou que estes pacientes possuem grande necessidade de tratamento odontológico curativo e protético, devido ao elevado número de dentes cariados e perdidos em todas as faixas etárias, principalmente nas mais avançadas. A condição sócio-econômica destes pacientes sugere que há dificuldade de acesso ao tratamento odontológico, principalmente o protético, que não é oferecido pelo serviço público. Orientações sobre cuidados com a saúde bucal devem ser enfatizadas para estes pacientes, já que qualquer foco de infecção deve ser eliminado durante o tratamento e após a realização do transplante renal.

Este trabalho é fruto de uma inquietação da autora compartilhada com alguns profissionais da área, em relação à assistência multiprofissional ao usuário portador de diabetes mellitus nas Unidades de Saúde e que, na prática profissional cotidiana, se observa fragmentada, com lacunas importantes entre o atendimento institucionalizado, levando-se em conta o envolvimento e o conhecimento dos profissionais sobre a doença e o universo familiar desse usuário quanto ao aspecto de apoio no cuidado, relações afetivas adequadas ou não, e as questões ontológicas presentes, tanto no fazer pedagógico do paciente e do seu núcleo familiar quanto nas dimensões do universo sociocultural no qual está inserido. O trabalho pretende dar uma contribuição às equipes de saúde com os achados científicos, através do levantamento bibliográfico e, na perspectiva de melhorar a adesão do usuário ao tratamento. Com isso, visa despertar a busca de conhecimentos e a visualização da real importância de se priorizar o atendimento a esse usuário através de uma proposta pedagógica, por meio de um encadeamento das ações educativas — troca de saberes — entre o usuário, família e profissionais de saúde, para, conjuntamente, proporcionar um desenvolvimento integrado das potencialidades e das habilidades que perpassam o processo educativo, para o autocuidado minimizar ao máximo as complicações do diabetes e, conseqüentemente, melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

A fim de que os princípios do SUS fossem ofertados a toda a população do território nacional; foi implantado no Brasil o Programa Saúde da Família (PSF), no ano de 1994, com o principal objetivo de reorientar o modelo de assistência à saúde a partir de um novo processo de trabalho comprometido com a solução dos principais problemas de saúde da população, através de ações de caráter individual ou coletivo, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação. O presente estudo tem por objetivos investigar a percepção do usuário sobre a Estratégia de Saúde da Família e identificar sua concepção sobre o processo saúde-doença e sobre o Sistema Único de Saúde. Trata-se de uma pesquisa social de caráter qualitativo descritivo, realizada com levantamento ocasional. Foi escolhida uma Unidade de Saúde, localizada no bairro Rio Verde, município de Colombo, Estado do Paraná. Foram selecionados, por amostragem aleatória, usuários que são cadastrados no Programa Saúde da Família, residentes na área de abrangência da Unidade. Os entrevistados mostraram que ter saúde é a ausência de doenças, ter direito à saúde é o ter acesso ao atendimento médico, que o Sistema Único de Saúde é um plano de saúde para atendimento dos pobres, que não conhecem o Programa Saúde da Família e que os maiores problemas da estratégia são as filas e a demora na marcação de exames e consultas especializadas, o que revela que a equipe de Saúde da Família tem um grande e laborioso trabalho pela sua frente. Foi revelada grande desinformação sobre a Estratégia de Saúde da Família entre os entrevistados. Informar e incluir politicamente os nossos cidadãos é um dos principais atributos da equipe de Saúde da Família. Que seja realizada uma discussão sobre as práticas do PSF, com uma proposta de visitas regulares às famílias, afim de que estas sejam informadas quanto à estratégia de saúde e seja feita uma reformulação das equipes, com mais profissionais capacitados e mais recursos materiais, a fim de que o PSF possa ser construído com dignidade para nosso querido povo brasileiro.

O objetivo desta pesquisa foi descrever: condições bucais, nível sócio-econômico e percepção em saúde bucal entre mães e filhos escolares de uma escola pública do município de Pinhais – PR. A amostra constou de 16 mães, sem idade pré-determinada e seus respectivos filhos com idade entre 8 a 10 anos. Foram aplicados diferentes questionários às mães e aos filhos. O questionário das mães abordava temas como a sua autopercepção em saúde bucal, a caracterização sócio-econômica e informações sobre a sua saúde bucal e a de seu filho(a). No questionário das crianças foi abordada, de forma mais simples, a sua autopercepção em saúde bucal. Outros fatores descritos foram os exames bucais IHO-S, CPO-D aplicados no grupo das mães e das crianças, sendo que nessas foi também aplicado o ceo-d. Os resultados desse estudo mostraram, por meio de dados estatísticos, que houve correlação positiva entre a experiência de cárie entre mães e filhos. Outro fator relevante foi o desconhecimento das mães sobre a transmissibilidade da doença cárie: 44% das mães entrevistadas não sabiam desse fato. As mães mostraram-se bem informadas quanto à prevenção de cárie e o cirurgião-dentista foi apontado como responsável pelo maior repasse destas informações (67% das respostas); porém, apesar de informadas, mães e filhos apresentaram o hábito de ingerir açúcar fora das refeições, até 3 vezes ao dia, mostrando a importante influência na transferência dos hábitos no contexto familiar. Ensinar e escovar os dentes do filho, levá-lo ao dentista e alimentá-lo corretamente foram os cuidados mais citados pelas mães para evitar a doença cárie, e, no que se refere aos seus causadores, os mais lembrados foram: restos de alimentos e alimentos doces, com 33% de respostas cada. Este estudo reforça a idéia de que a Odontologia deve voltar-se para a educação e prevenção nas mães, para que as crianças adquiram hábitos corretos, informações adequadas e sejam multiplicadoras no contexto onde vivem.

Estudo realizado com mães de crianças de 0 até 06 meses de idade, em desmame total ou em amamentação mista, residentes na área de abrangência da Unidade de Saúde Guaraituba, do município de Colombo-PR. O objetivo deste trabalho era de levantar quais os fatores que levam ao desmame precoce. Com este intuito, optou-se por uma abordagem qualitativa, através de entrevista semi-estruturada. O estudo foi realizado com dez mulheres, no período de agosto a outubro de 2005. Ao analisarmos os dados levantados nesta pesquisa, pudemos identificar que as mães, apesar de conhecer o “discurso” a favor da amamentação, e quando questionada sobre o tema de saber reproduzi-lo, elas ainda não têm a conscientização do papel fundamental que o aleitamento materno exerce no desenvolvimento saudável do bebê e na prevenção de doenças. Também ficou clara a necessidade de estratégias, por parte da equipe de saúde, não só visando a conscientização da gestante e da puérpera, mas também de toda a rede de apoio. Sendo o Programa de Saúde da Família um modelo de assistência voltado para prevenção, promoção e recuperação da saúde, e que leva em consideração o contexto onde o indivíduo está inserido buscando sempre manter uma visão holística, é fundamental que elabore estratégias de apoio à puérpera e de conscientização não apenas voltadas à mãe, mas também voltadas para a família, a qual poderá ser de extrema importância para a amamentação bem sucedida.

A análise das representações sobre saúde bucal na zona rural incluiu 12 mães e seus filhos, residentes em “Capivari”, Colombo-PR. Foram colhidos dados referentes aos indicadores sócio-econômicos e ao estado de saúde bucal, mensurado através do CPO-D e ceo-d. As entrevistas semi-estruturadas foram transcritas em texto padrão “word”. Estabeleceu-se renda média familiar de R$ 767,27. O componente “P” prevaleceu no grupo de mães e o “c” no grupo de filhos, apesar da amostra não possuir relevância estatística. Houve correspondência entre os índices maternos e dos filhos. As representações do processo saúde-doença estão vinculadas ao discurso biológico-higienista e à utilização sistemática de serviços de saúde. As voltadas à saúde bucal se enquadram nas normas odontológicas de higiene, dieta e cuidados preventivos centrados na figura do cirurgião-dentista. Apesar de a perda dentária ser vista como inevitável pela minoria, a cárie dentária é experiência comum na opinião geral. Uma malha de fatores sociais, econômicos e culturais impede a promoção de saúde bucal na região, porém as entrevistadas demonstram-se informadas e prestativas aos cuidados com a própria saúde e a de sua família. O planejamento em saúde coletiva deve considerar não somente dados epidemiológicos quantitativos, incorporando também representações de base social na busca de resultados satisfatórios, adaptando-se à realidade local.

Estudo descritivo realizado com o objetivo de comparar as atividades realizadas pela equipe de Agentes Comunitários de Saúde e o acompanhamento recebido, conforme relatado pelas mães das crianças de 0 a 2 anos, pertencentes à área de abrangência da U.S. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados duas entrevistas semi-estruturadas que abordavam questões como: crescimento e desenvolvimento infantil, vacinação, aleitamento materno, alimentação de crianças, diarréia, infecções respiratórias e prevenção de acidentes na infância. Participaram do estudo 13 ACSs e 34 mães de crianças da área de abrangência da U.S. Os resultados mostram convergências e divergências no que os ACSs afirmam ter orientado e no que as mães afirmam ter recebido de informação. Esta situação é preocupante, pois demonstra que o ACS não está preparado para realizar a promoção da saúde, necessitando de um preparo melhor e de constantes capacitações/sensibilizações para conseguir acompanhar melhor as famílias de sua área de abrangência.

Este estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento dos usuários dos serviços de saúde das Unidades de Saúde do município de Colombo (Pr), com quarenta anos ou mais e alfabetizados, acerca das formas de prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal. O período de estudo ficou compreendido entre os meses de maio a julho de 2005 e o objetivo proposto foi o desenvolvimento de trabalhos educativos para a população estudada, avaliando seu conhecimento sobre o tema proposto, promoção de encontros onde os usuários pudessem trocar experiências e discutir sobre as formas de prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal, e também uma contribuição para que as discussões acerca da prática continuada em saúde possam se tornar cada vez mais acessíveis aos usuários do Sistema Único de Saúde. Os resultados obtidos evidenciam que a população estudada demonstra interesse em temas que abordam cuidados preventivos e que as propostas de educação permanente em saúde devem ser fortemente encorajadas.

O objetivo desta pesquisa foi avaliar se o Programa Estadual “Leite das Crianças” tem influência no desmame de lactentes usuários da Unidade de Saúde James Ribas Martins, Bairro S. Cristóvão, em Piraquara-PR. A amostra totalizou 73 entrevistas com as mães de lactentes, usuárias da Unidade, que responderam a um questionário estruturado, com perguntas objetivas que contemplavam identificação e características sócio-econômicas das famílias, além de informações sobre a gestação, amamentação, alimentação, sendo a saúde da criança objeto da pesquisa e alguns aspectos do Programa do Leite para as famílias inscritas. O estudo foi transversal, com análise quantitativa exploratória dos dados. Os resultados obtidos foram discutidos por meio da comparação de algumas variáveis e análise bivariada entre as famílias inscritas (n=39) e as não inscritas (n=34) no Programa. Obteve significância estatística a faixa etária dos lactentes inscritos no Programa: o trabalho materno, as famílias com renda per capita menor que ½ salário mínimo, como também as que pertencem às classes sociais mais baixas. Pode-se observar que as famílias com maior número de filhos são as mais beneficiadas pelo Programa. A pesquisa constatou, com os resultados obtidos, que não há relação do desmame com o Programa do Leite.

O tema deste trabalho aborda questões referentes à inserção do Assistente Social no Programa de Saúde da Família, sob a perspectiva dos trabalhadores de saúde pertencentes à Unidade de Saúde da Família Itapira no Município de Quatro Barras – Pr. Aponta a percepção que estes profissionais têm sobre o fazer profissional do Assistente Social, articulando determinantes objetivos e subjetivos, expressos na representação da profissão e a sua contribuição na equipe do PSF. Discute também as contradições existentes no PSF implantado pelo Ministério da Saúde, como forma de remodelar a assistência à saúde e assim enfrentar a crise até então vivenciada pela Saúde Pública, contemplando como equipe mínima quatro categorias profissionais: médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agente comunitário, inserindo mais tarde o odontólogo. Por tratar-se de uma estratégia que tem como foco principal a família e, conseqüentemente, as relações sociais e humanas, presume-se, então, que exista a necessidade da integração de um profissional da área para atuar como coadjuvante e, assim, contribuir qualitativamente na proposta do Programa. Os resultados apontam indefinição e conflito em relação à representação do Assistente Social e do Serviço Social, tendo como um dos principais motivos a própria ausência do profissional na equipe, fator que impede um estreitamento maior, gerando desconhecimento a respeito da profissão. Apesar da indefinição, sente-se a ausência do profissional na equipe, entendendo que os seus conhecimentos muito contribuiriam na elucidação dos verdadeiros objetivos do PSF, ou seja, da multidisciplinaridade na prática educativa junto à população e na minimização do assistencialismo e paternalismo presentes, principalmente na atitude dos gestores.

Atualmente, a prática odontológica durante a gravidez é consenso científico. Desta forma, o presente estudo objetivou analisar os fatores sócio-econômicos, familiares, culturais e institucionais envolvidos com o não acompanhamento e tratamento da saúde bucal durante a gestação de um grupo de mulheres da cidade de Curitiba-PR, bem como verificar sua autopercepção em saúde bucal. As gestantes participantes da pesquisa realizaram o pré-natal em Unidade Municipal de Saúde, estiveram vinculadas ao Programa Mãe Curitibana da Secretaria Municipal de Saúde e não realizaram o pré-natal odontológico em nenhum tipo de serviço de saúde. A amostra se constituiu de 22 mulheres entre 18 e 33 anos que foram submetidas a um questionário com questões fechadas. As perguntas do questionário visavam abordar aspectos sociais, econômicos, culturais, familiares e institucionais relativos ao comportamento das mulheres durante o período gestacional, e também exploravam o seu nível de percepção em saúde bucal. Os resultados obtidos mostraram que, em sua maioria, as mulheres ausentes à clínica odontológica durante a gestação tinham suas ocupações principais em trabalhos domésticos (59,09%), apresentavam nível de escolaridade baixa (54,54%) e tinham renda familiar de até 3 salários mínimos (50%). Quanto aos motivos para a não ida ao dentista durante esse período, 29,99% das mulheres entrevistadas deram respostas ligadas à desinformação e 43,33% delas apontaram razões relacionadas a crenças, mitos e tabus. Em relação à autopercepção, 77,27% das mulheres sabiam o que causa a cárie e o mesmo percentual de mulheres considerava boa ou ótima a sua saúde bucal; no entanto, 90,91% delas desconhecem questões relacionadas à transmissibilidade das doenças bucais e ao risco de prematuridade e baixo peso do feto. Com base nos resultados encontrados, pode-se sugerir que o baixo nível sócio-econômico das gestantes, somado à falta de orientação em saúde bucal e acrescido das crenças populares e valores culturais, formam um universo de fatores que contribuem para a ausência das gestantes ao pré-natal odontológico.

O presente estudo teve como objetivo avaliar a possível relação entre a doença periodontal materna como fator de risco para a prematuridade e/ou ocorrência de baixo peso ao nascer. A doença periodontal tem sido tradicionalmente considerada como uma doença oral inflamatória. Entretanto, recentes estudos indicam que infecções dentogengivais podem apresentar repercussões orgânicas à distância, sendo sugerido, recentemente, que a doença periodontal na gravidez seja uma causa determinante do baixo peso ao nascer e/ou trabalho de parto prematuro. A gestação normal para humanos é de 40 semanas. São considerados prematuros períodos gestacionais abaixo de 37 semanas (World Health Organization, 1975). Geralmente, a maioria dos nascimentos prematuros é também de recém-natos de baixo peso. O nascimento prematuro é usualmente o resultado de uma das 4 abrangentes áreas do diagnóstico em obstetrícia: 1) trabalho de parto prematuro, 2) ruptura prematura da membrana, 3) complicações maternas e 4) complicações fetais (Main, 1988). Entre estes 4 fatores, o trabalho de parto prematuro e a ruptura prematura da membrana podem ser causados pela reação inflamatória proveniente de infecções. Supostamente, entre elas a doença periodontal pode ser considerada. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar os mecanismos de indução que levam ao parto prematuro de crianças de baixo peso, buscando uma correlação com a doença periodontal. A população do estudo constituiu-se de 108 mulheres cujos partos ocorreram no período de 1º de janeiro de 2005 a 31 de julho de 2005 e que moravam na área de abrangência da Unidade de Saúde São Paulo, em Curitiba-PR. Dados da mãe, do recém-nascido e da gestação foram obtidos através das Declarações de Nascidos Vivos, e através de visita domiciliar quando foi realizada uma entrevista estruturada e uma avaliação odontológica realizada por um cirurgião dentista seguindo as normas preconizadas pelo manual do examinador do Projeto Saúde Bucal 2000, do Ministério da Saúde, utilizando o índice CPI (índice periodontal comunitário) para a avaliação periodontal. Os dados foram inicialmente digitados em planilha Excel e posteriormente analisados no Programa Epi-Info 6.04c. Foi realizada uma análise descritiva e bivariada considerando-se o baixo peso e/ou prematuridade (NPBP) como variável de desfecho. A doença periodontal, com destruição dos tecidos de suporte dos dentes, estava presente em 84,3% das mães. Diante do exposto, o Programa de Saúde da Família representa grande auxílio na prevenção dos fatores de risco que levam aos NPBP, uma vez que um trabalho multiprofissional e de acompanhamento familiar possibilita que haja intervenção em fatores de risco possíveis de serem controlados, como no caso da doença periodontal.

Os Portadores de Necessidades Especiais apresentam limitações, tornando-os dependentes de outras pessoas para realização, parcial ou total, de algumas tarefas. Esta pesquisa teve por objetivo fazer uma avaliação comparativa da atenção familiar e escolar em relação à saúde bucal de pacientes especiais. Trata-se de dois tipos de estudos: um estudo social qualitativo, por meio de utilização de instrumento de avaliação em forma de questionário, e também de um estudo experimental in vivo, do tipo cruzado, devido à avaliação comparativa do controle de biofilme dental em casa e na escola, por meio de bochecho com clorexidina 0,12%. A amostra foi de trinta e sete alunos do Instituto de Habilitação e Orientação do Excepcional do Paraná (IHOEPAR), com faixa etária entre 20 e 30 anos, com grau de deficiência mental (DM) leve, de ambos os sexos, em bom estado de saúde oral e geral. Foram divididos em dois grupos: A parte experimental do estudo se deu por meio da avaliação da quantidade de biofilme dental acumulado após realização de bochechos (uma vez ao dia) efetuados pelos alunos especiais com solução de gluconato de clorexidina a 0,12%. O biofilme acumulado foi avaliado em duas condições (fases) distintas, ou seja, bochechos realizados em casa e bochechos realizados na escola. Para isso, o estudo experimental contou com 02 (duas) fases de 14 dias cada. Na primeira fase, enquanto 20 alunos fizeram bochecho em casa, os outros 17 fizeram o bochecho na escola. Na fase seguinte (segunda fase), houve troca no local do bochecho, ou seja, aqueles indivíduos que anteriormente haviam feito o bochecho na escola passaram então a fazer bochecho em casa e vice-versa. Ao final, todos foram submetidos a todas as fases (estudo do tipo cruzado). Além disso, os alunos foram distribuídos aleatoriamente em relação aos tratamentos de cada fase. Como resultado deste estudo, pôde-se verificar que, em indivíduos portadores de necessidades especiais da IHOEPAR, o controle de biofilme dental realizado na escola, sob a supervisão de um professor, foi melhor do que o controle de biofilme dental realizado em casa sob a supervisão do responsável. Porém, estudos adicionais são necessários.

Em face da necessidade apontada pelas pesquisas relativas ao idoso quanto à sua saúde, mas também em relação à perspectiva futura desse segmento populacional, entendeu-se como absolutamente necessária a determinação do perfil epidemiológico dos idosos adscritos à Unidade de Saúde Capanema do Programa Saúde da Família (Vila Torres – Curitiba), com o intuito de constatar os agravos mais pertinentes a essa população e compreender como viabilizar-se uma melhor programação de ações sobre suas causas, riscos e danos. Sendo o perfil sócio-econômico da população local desfavorecido, ao concluir a pesquisa espera-se encontrar um nível mais elevado de alterações da nutrição, com conseqüente elevada prevalência de doenças por paciente. Após preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido, os pacientes foram encaminhados para as medidas de peso, altura e dados vitais. Em seguida, já em consulta com o pesquisador, colheram-se os demais dados antropométricos da Mini-Avaliação Nutricional como parte da anamnese, a qual incluiu o Mini-Exame do Estado Mental. Em seguida, deu-se o exame físico e revisão do prontuário eletrônico do período de 1 ano anterior a essa pesquisa, buscando-se o número de consultas, os diagnósticos estabelecidos, a medicação prescrita e a confirmação da idade do pesquisado. Observou-se que 72% apresentaram pressão arterial elevada com ou sem tratamento, estando 64% dos mesmos tanto com alterações sistólicas quanto diastólicas; alterações da pressão arterial apresentam correlação diretamente proporcional com as alterações do estado mental (demência); ocorreu também incidência elevada de demência em normotensos da faixa etária de 70 a 74 anos (4 casos); nenhum dos pacientes da amostra apresentou estado nutricional adequado, estando 83% em risco nutricional e 17% desnutridos, e a questão anterior torna-se perceptível apenas pela interpretação da Mini-Avaliação Nutricional, a qual se demonstrou mais sensível que o Índice de Massa Corporal. Também, conforme o que demonstra a literatura, ocorreu o predomínio do número de mulheres sobre o de homens, em todas as faixas etárias. Tendo observado em proporção ainda maior do que na literatura o maciço índice de comprometimento nutricional validado pela sensibilidade da Mini-Avaliação Nutricional e a elevada taxa de doença hipertensiva com comprometimento cardiovascular encefálico, conclui-se da necessidade urgente de abordar-se tanto o controle da pressão arterial quanto o estado nutricional dos idosos dessa comunidade, através de ações de promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde dos mesmos.

Este projeto refere-se à implementação de uma proposta de atenção psicossocial em enfermagem, por meio de entrevista individual junto a pais de alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental com dificuldades de relacionamento e/ou mudanças de comportamento, em uma escola estadual do município de Curitiba. Foi desenvolvido no período de maio a setembro de 2005, por meio de pesquisa convergente assistencial, e os dados são apresentados de forma descritiva. Tem como referencial teórico a entrevista de ajuda de Alfred Benjamim (2001) e a Teoria das Relações Interpessoais de Joyce Travelbee (1982). Os objetivos são de sensibilizar a comunidade e a escola para a problemática da relação interpessoal entre pais e filhos, na adolescência, articular escola e comunidade para a implementação da proposta e prestar atenção psicossocial à família de estudantes de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental. As dificuldades comumente trazidas para serem compartilhadas no encontro com o enfermeiro são: dificuldades de relacionamento com o filho e outros membros da família, baixo rendimento escolar do filho, sexualidade, falta de autoridade com os filhos, envolvimento com drogas. Embora com pouco tempo de implementação da proposta, já se pode vislumbrar a importância da mesma pela agregação de mais sujeitos, como uma líder comunitária, uma enfermeira e uma psicóloga, e também da comunidade, que se prontificaram a participar na discussão e na inclusão das atividades. Tal atitude deu um novo desenho à proposta inicial. Também é possível visualizar a aceitação da proposta pela adesão nos retornos aos encontros. Isso reafirma o pressuposto de que enfermeiro pode promover a saúde das pessoas fazendo o possível dentro da sua competência para mudar a realidade de cada um.

O Programa Saúde da Família foi eleito como estratégia governamental com objetivo de reestruturar o serviço de saúde pública, constituindo uma resposta por parte do governo à crise no setor. É caracterizado por uma porta de entrada do sistema de saúde e apresenta semelhanças nas ações propostas por Alma-Ata (1978) para a saúde. Tem a pretensão de ser um modelo assistencial centrado no usuário, propondo um processo de trabalho envolvendo uma equipe multiprofissional com o propósito da vigilância à saúde. Por essas propostas serem inovadoras na nossa realidade, e perseguirem objetivos ousados que se contrapõem ao modelo biomédico dominante, elegemos esse Programa para desenvolver pesquisa que possa servir de instrumento reflexivo para os profissionais de saúde e os futuros. O trabalho buscou como objetivo proporcionar uma reflexão sobre os profissionais de saúde que trabalham no Programa Saúde da Família (PSF). Percebeu-se uma boa interação entre as teorias aprendidas – que orientam sua formação – e sua ação na prática, à luz do referencial teórico qualitativo que procura identificar os saberes e práticas dos profissionais de uma equipe inserida no PSF, bem como sua relação com a comunidade assistida na promoção, prevenção e educação em saúde. Os sujeitos da pesquisa foram seis componentes da equipe multidisciplinar que implementam as atividades em saúde no referido Programa. O local da coleta de dados foi em uma Unidade de Saúde no Município de Curitiba. A proposta foi de implementar o estudo através de entrevista individual e semi-estruturada feita nos encontros formais do dia de atividades da equipe. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de codificação das informações em categorias, alcançada após o levantamento de palavras-chave, onde as informações obtidas foram inter-relacionadas e o trabalho da abordagem embasado na Teoria Sistêmica.

Trata-se de uma pesquisa descritiva, de cunho qualitativo, que teve como objetivo conhecer o perfil do cuidador familiar, compreender o que é para esse cuidador o ato de cuidar e como ele vê o idoso no contexto da família. A metodologia do estudo foi exploratória, com a descrição dos depoimentos dos participantes da pesquisa. A coleta de dados deu-se por entrevistas com oito cuidadores principais, através de visita domiciliar na área de abrangência da Unidade de Saúde Vila Amélia, Pinhais – PR. Para análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo conforme Minayo et al (2004). Assim, foram extraídas das falas dos participantes as categorias por convergência e divergência dos sentimentos dos cuidadores frente ao cuidado prestado. A entrevista teve também como objetivo determinar o perfil do cuidador. Obteve-se como resultado que os cuidadores familiares são mulheres, sendo que cinco entrevistadas com idade acima de cinqüenta anos, predominando as esposas, depois filhas e netas. Na análise das falas das mulheres cuidadoras, os sentimentos que as levaram a se comprometer com o cuidado do idoso foram os seguintes: obrigação por ser esposa, retribuição, gratidão da filha e neta pelo cuidado durante a infância, prazer e amor relacionados ao forte laço afetivo, entre outros. Os asilos ou casas de repouso são vistos pelos participantes como abandono do idoso, e somente uma cuidadora gostaria de colocar o esposo nesses lugares devido à sobrecarga física e mental frente ao cuidado. Concluímos que para esses cuidadores principais o cotidiano do cuidado do familiar incapacitado não é tarefa fácil, necessitando de ajuda de instituição social e de saúde, a fim de diminuir o estresse do cuidado.

O presente estudo consiste em uma avaliação qualitativa da satisfação de usuários do Programa Saúde da Família na área 107, sob adscrição da Unidade de Saúde São Domingos, em Colombo/Pr. Teve como objetivos aprofundar o conhecimento sobre as percepções dos usuários quanto às dimensões cognitiva, relacional, organizacional e profissional, a fim de identificar as relações entre essas e a qualidade do atendimento, além de favorecer a melhoria do atendimento na citada unidade de saúde, sugerir métodos de avaliação contínuos e possibilitar discussões para a instituição do controle social a nível local. Os dados foram coletados por meio de questionário semi-estruturado e analisados com a utilização do Discurso do Sujeito Coletivo, método que agrega as figuras metodológicas “expressão-chave” e “idéia central”, de forma a criar uma construção artificial que represente o discurso coletivo expressado por uma só pessoa. Observou-se que os usuários têm clara percepção dos diversos aspectos relacionados ao serviço, tornando-se atores importantes na tomada de decisões para a construção de um sistema de saúde equânime e que prima pela qualidade.

Essa pesquisa foi elaborada para caracterizar a população feminina com o diagnóstico de enfermagem “processo de enfermagem alterado”, residente na área 104 do PSF da Unidade de Saúde Atuba, município de Colombo, Paraná. O método utilizado foi a pesquisa de campo exploratória, realizada com usuárias acolhidas pela enfermeira da Unidade de Saúde Atuba, com o diagnóstico de enfermagem: processo de enfermagem alterado. A coleta de dados ocorreu através de entrevista semi-estruturada, composta de 4 questões norteadoras, 2 questões de apoio, além de perguntas para identificar a escolaridade, profissão, estado civil, idade e religião das mulheres pesquisadas. As ferramentas de abordagem familiar sistêmica, como F.I.R.O., genograma, ecomapa e ciclo de vida foram utilizados nessa pesquisa. Os instrumentos utilizados na pesquisa para coletar informações forneceram dados valiosos para o subsídio da assistência de enfermagem voltada à saúde da família, permitindo caracterizar a população feminina estudada e realizar o planejamento de ações que facilitem a adesão ao tratamento e prevenção de danos à saúde que podem ser causados por tensões contínuas sofridas pela usuária.

Esta revisão de literatura sobre o papel da família no cuidado à saúde bucal da pessoa com deficiência visa abordar os diferentes aspectos que podem auxiliar na adesão da família ao tratamento odontológico do paciente com deficiência, bem como no estabelecimento do vínculo entre cirurgião dentista e paciente-família. Conclui-se que este vínculo é fundamental para o êxito do tratamento odontológico, assim como para a manutenção da saúde bucal da pessoa com deficiência, através dos cuidados diários de dieta e de higienização bucal, especialmente nos casos em que o paciente depende de outros para uma higienização bucal adequada. A simples transmissão de informações quanto às medidas preventivas não é suficiente para mudar os hábitos já existentes. Para uma mudança efetiva é necessária a adesão da família ao tratamento, especialmente o cuidador. Para isso, o cirurgião dentista deve compreender o contexto em que esta família está inserida, seus hábitos, valores, percepção de saúde bucal e geral, dificuldades enfrentadas no cotidiano no sentido mais amplo, bem como perceber as necessidades especiais de cada paciente. Também se conclui que, para que a família se torne aliada na manutenção da saúde bucal da pessoa com deficiência, é fundamental que compreenda a importância de sua participação neste processo, para que dessa forma, família e cirurgião dentista possam trabalhar juntos, somando esforços pela melhoria das condições de saúde bucal da pessoa com deficiência.

Entre as inúmeras doenças bucais existentes, a cárie é ainda a que causa maior perda dental. Exatamente por isso, esta doença é priorizada nas políticas de saúde bucal. Esse estudo teve como objetivo analisar a saúde bucal dos adolescentes do município de Araucária (PR). Esta análise foi feita com base nos índices CPO-D aos 12 anos, mensurados em vários levantamentos epidemiológicos já realizados no município. Subseqüentemente, foi utilizado o banco de dados do Projeto SB Araucária, focando as faixas etárias de 12 anos e 15 a 19 anos. Foi constatado que está ocorrendo um declínio do índice de cárie aos 12 anos de idade, porém o mesmo não se pode dizer das demais faixas etárias estudadas, indicando uma necessidade de implementação da atenção promocional-preventiva às mesmas. A diferença dos índices de cárie entre os escolares de 12 anos (CPO-D 1,53) e os adolescentes de 15 a 19 anos (CPO-D 3,22) demonstra que está havendo uma falha na prevenção desta doença. Este aumento do índice de CPO-D não deveria estar ocorrendo, porque a população de 15 a 19 anos estudada no SB Araucária representa a população de 12 anos estudada em levantamentos epidemiológicos anteriores. Já que estes escolares eram o foco da atenção dos programas assistenciais de saúde bucal, não deveriam estar tendo acréscimos de dentes cariados quando chegam à adolescência. Deste modo, conclui-se que a falha pode estar ocorrendo na base, na educação e na motivação realizadas pelas equipes de saúde bucal junto aos escolares, podendo tal problema apontar para a necessidade de mudança de ênfase no modelo assistencial adotado no município em questão.

Esta monografia tem por objetivo identificar os principais conceitos de planejamento familiar, por meio de uma revisão de literatura em artigos publicados por enfermeiros nas revistas brasileiras da área da saúde, nos últimos cinco anos. Para embasamento da pesquisa, realizou-se uma retrospectiva do planejamento familiar identificando seus principais preceitos e quais as diretrizes que norteiam o programa no país, tendo como referência a bibliografia dos últimos cinco anos (de janeiro de 2000 a agosto de 2005). Após a análise e organização dos conteúdos, os mesmos foram então categorizados por tópicos conforme a linha de pesquisa dos autores para melhor compreensão do: conceito, direito reprodutivo, utilização de métodos contraceptivos, educação, adolescência e a participação dos homens, todos dentro do contexto do planejamento familiar. Os conceitos de planejamento familiar apresentados trazem diferentes enfoques. Importante diferenciar controle de natalidade, planejamento familiar e direitos reprodutivos. Quanto aos direitos do cidadão, a decisão deve ser do casal e não do governo, enfocando os direitos sexuais e reprodutivos como qualidade dos direitos humanos individuais. Estudos com adolescentes concluíram que a utilização de métodos contraceptivos está relacionada com o nível de instrução. A educação é vista como algo imprescindível e os profissionais de saúde devem empenhar-se em informar a clientela para que conheçam as alternativas de concepção e anticoncepção disponíveis. A grande adesão ao uso de métodos anticoncepcionais como, por exemplo, esterilização tubária e pílula anticoncepcional e a baixa adesão aos demais podem estar relacionados aos profissionais de saúde que utilizam linguajar inacessível, ou maior familiaridade do profissional pelo método anticoncepcional ou por modismo da época. Os adolescentes têm conhecimento a respeito dos métodos anticoncepcionais existentes, porém, tendem a uma prática incorreta. A participação do homem no planejamento familiar foi apresentada como uma falta de colaboração no que diz respeito ao uso do preservativo, mais incentivo às técnicas definitivas para as mulheres, o que para os homens parece ser exclusividade das mulheres.

O Diabetes Mellitus é um distúrbio heterogêneo primário do metabolismo dos carboidratos, com múltiplos fatores etiológicos que, em geral, envolvem uma deficiência de insulina absoluta ou relativa, resistência à insulina ou ambas. No caso de resistência à insulina, há a produção da mesma, mas não há a absorção pelo organismo. A característica básica desta síndrome é a hiperglicemia. Também ocorre glicosúria e desenvolvimento de complicações macro e microvasculares, em longo prazo. O objetivo deste estudo foi abordar a atenção multiprofissional com o paciente diabético, em função da dificuldade do controle desta patologia que o mesmo pode encontrar se realizada isoladamente, devido aos transtornos emocionais que possam ocorrer, por necessitar de mudanças de hábitos difíceis de serem incorporadas à rotina dos indivíduos, tal como controle rígido da dieta e da glicemia, atividades físicas regulares e uso diário de medicação. É importante também que a educação em saúde seja desenvolvida com a participação ativa do diabético. É fundamental um profundo conhecimento sobre esta patologia por parte dos profissionais que atuam com os indivíduos portadores de diabetes, para identificar rapidamente o aparecimento das complicações características desta síndrome e a intercomunicação entre os que trabalham com o diabético.

O presente estudo tem como objetivo analisar e refletir sobre o processo de trabalho da equipe de enfermagem do Programa de Saúde da Família de uma Unidade de Saúde do Município de Curitiba. Utiliza como referência teórica estudos sobre o trabalho da enfermagem e o estudo de campo como modalidade de pesquisa qualitativa. Os dados, obtidos através de entrevistas semi-estruturada com perguntas abertas, possibilitaram visualizar as categorias que traduzem os significados do trabalho da enfermagem. Os dados também permitiram revelar as principais categorias que representam o cotidiano do trabalho da equipe na Unidade de Saúde do estudo, obtendo-se, assim, a demanda do usuário aos serviços como elemento de organização do processo, a fragmentação do trabalho assistencial, o trabalho em equipe, as necessidades em saúde e os modelos de atenção. Os resultados mostram que os profissionais têm a preocupação não só com as dificuldades relacionadas ao seu trabalho, mas buscam alcançar formas de exercê-lo com mais coerência e satisfação profissional.

Este estudo tem por objetivo apreender a realidade de vida dos idosos residentes na Vila Torres. Para tal, utiliza-se como abordagem conceitual a Metodologia de Assistência de Enfermagem em Saúde Coletiva fundamentada no materialismo histórico e dialético, de acordo com EGRY (1996). O método caracterizou-se por uma pesquisa de campo, descritiva, de caráter qualitativo. A metodologia permitiu correlacionar os determinantes do processo saúde-doença nos seus aspectos da estruturalidade, singularidade e particularidade. O estudo foi desenvolvido na Unidade de Saúde Capanema, inserida na comunidade Vila Torres, durante o mês de julho de 2005. A população desse estudo é composta por idosos de ambos os sexos, captados de forma aleatória, perfazendo um total de 16 representantes. O estudo apontou que, no aspecto estrutural, as relações de produção entre catadores de papéis e donos de depósitos determinam condições específicas de exploração econômica, de relações de interesses e domínios, valores e crenças, onde os sujeitos entrevistados não demonstram descontentamento em relação ao domínio de suas forças de trabalho, como também dos lucros de seus trabalhos Na dimensão particular, a inserção no sistema produtivo dá-se por meio da coleta do papel; a população caracterizou-se por uma nova organização familiar, onde o idoso cuida da criança, sendo responsável por ela. No âmbito da singularidade, a maior parte dos idosos entrevistados convive com a família, porém, passa a assumir papel de principal provedor e cuidador desta; têm por obrigatoriedade se manter em grupos visando proteção, não necessariamente por afinidades. O conhecimento desta realidade objetiva, por meio das citadas dimensões, permitiu a visualização da realidade situacional. O idoso entrevistado, inserido nesta classe social menos privilegiada, não percebe que sua condição de saúde é reflexo de sua inserção no sistema de produção. A captação da realidade objetiva destes idosos compreendeu a etapa inicial de um amplo processo de possibilidade de reestruturação social, que segundo a metodologia utilizada, deve compreender posteriormente etapas de interpretação e reinterpretação desta mesma realidade.

Tornou-se pertinente fazer a retrospectiva histórica do Programa de Saúde da Família após sua implantação no município de São José dos Pinhais, para rever a literatura sobre a estratégia, desde sua concepção, pois sua profunda proposta de mudança no processo de trabalho dos profissionais de saúde levou-nos a investigar junto a esses profissionais se, realmente, isso seria possível. Da proposta inovadora nasce o trabalho de supervisão/acompanhamento como um dos requisitos necessários para a modificação de fazeres, desafiando a elaboração de um documento de pesquisa contendo perguntas voltadas à identificação das dificuldades e facilidades para a atividade conjunta, procurando contribuir como coordenação, a partir dos resultados, numa intervenção e indicar soluções. Muitas dificuldades afloram e que ainda estão sendo enfrentadas por todos os envolvidos, pois foi a premissa e o compromisso firmado para facilitar a implantação e a execução do Programa que estimularam a resolutividade conjunta, iniciando a partir desse compromisso a ação interdisciplinar, isto é, o envolvimento das pessoas nas equipes. Após um ano em que a Proposta avançou, e identificadas algumas dificuldades para o trabalho que promovesse a mudança esperada para um novo modelo de atenção à saúde, ficaram evidentes, na conclusão da pesquisa, os caminhos que se deve percorrer para realmente garantir a melhoria da qualidade de serviços aos munícipes.

Este trabalho é uma pesquisa de campo do tipo qualitativa descritiva que teve como objetivo ouvir o paciente portador de diabetes mellitus tipo II a respeito de si mesmo e de suas principais dificuldades psicossociais. A pesquisa foi realizada no Município de Quatro Barras, na Unidade de Saúde Jardim Menino Deus. A coleta dos dados ocorreu no mês de agosto de 2005. Os sujeitos do estudo totalizaram seis pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II cadastrados na Unidade de Saúde. Os dados obtidos foram comentados segundo a literatura consultada. Inicialmente, a análise explicitou algumas informações quantitativas, as quais compuseram o perfil dos entrevistados. A análise qualitativa foi feita a partir da compilação dos depoimentos, seguida de uma análise à luz da literatura consultada sobre assuntos relacionados ao tema. Percebi que há escassez na literatura cientifica sobre o assunto. Nos relatos há semelhança nas respostas no que diz respeito às dificuldades enfrentadas pelos portadores de diabetes, e percebi que o sistema de saúde ainda não está preparado para atender tais necessidades. É necessário que as políticas públicas de saúde revejam suas estratégias no que diz respeito à prevenção e controle de doenças crônicas como, por exemplo, o diabetes mellitus tipo II.

O presente estudo teve como objetivo principal avaliar a satisfação do usuário atendido pela clínica odontológica na Unidade de Saúde Silvio Roberto Skraba do município de Araucária, e como objetivos secundários verificar se há divergência na satisfação dos pacientes atendidos nas diferentes modalidades, pronto-atendimento e agendamento prévio e coletar dados dos usuários com relação ao que poderia ser modificado dentro da instituição de saúde para tornar o atendimento mais satisfatório. A coleta de dados foi feita através de questionário auto-aplicável no período de 15 de agosto de 2005 a 31 de agosto de 2005 e a amostra foi estratificada em 2 grupos: os usuários que são atendidos na modalidade de pronto-atendimento e os que foram previamente agendados. Os dados coletados foram trabalhados através do programa estatístico Epi-Info 6.0. Os resultados e conclusões foram as seguintes: o índice de satisfação dos usuários atendidos pela clínica odontológica na Unidade de Saúde Sílvio Roberto Skraba do município de Araucária/PR mostrou-se bastante elevado em todos os requisitos de avaliação de qualidade, inclusive no índice de satisfação geral, no qual 87% dos pacientes classificaram como muito bom ou bom; não houve divergências relevantes no índice de satisfação comparando a opinião dos pacientes atendidos no pronto-atendimento com a dos atendidos por agendamento prévio, e apesar da maioria dos pacientes (63%) dizer que não havia nada que poderia ser melhorado no atendimento, houve dois pedidos principais de melhorias na questão subjetiva do questionário: 1) maior quantidade de profissionais para o atendimento e 2) uma maior atenção ao paciente adulto.

Esta monografia teve como objetivo a compreensão dos determinantes sociais das Doenças Sexualmente Transmissíveis – DSTs e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS. Foi realizada uma pesquisa qualitativa exploratória, por meio da aplicação de um instrumento de investigação com questões abertas e fechadas, com 69 mulheres do Programa Saúde da Mulher de uma Unidade de Saúde que trabalha com a estratégia do Programa de Saúde da Família, localizada no Distrito Sanitário Bairro Novo no município de Curitiba. O conhecimento dos aspectos relacionados ao surgimento da doença e à prevenção são fundamentais para a efetivação de mudanças no perfil de morbimortalidade das DSTs/AIDS. Muitas campanhas vêm sendo realizadas, inclusive com o apoio do Ministério da Saúde. As Unidades de Saúde trabalham de diversas formas para que os usuários utilizem métodos de prevenção para essas doenças. O Programa de Saúde da Família (PSF) vem sendo implantado em todo o Brasil, como importante estratégia para reordenação do modelo assistencial, trabalhando com famílias de risco, onde as questões de ordem social e econômica se refletem diretamente nas condições de saúde. Os resultados apontam que a maioria das mulheres tinha entre 20 e 29 anos; com relação à questão social, a maioria das entrevistadas possui uma condição de vida precária. Quanto ao conhecimento, não há falta de informações, o que ocorre é a transformação da ação com relação à prevenção destas doenças por parte das entrevistadas, aliada à cultura, à baixa escolaridade e baixa renda familiar. Enfim, as condições materiais que determinam diretamente a disseminação das DSTs/AIDS.

O presente estudo teve como objetivo principal avaliar a autopercepção de Saúde Bucal em pacientes HIV positivos que fazem parte do Programa DST/AIDS do Ministério da Saúde, na Unidade de Saúde Uberaba de Cima, em Curitiba-PR. Para tanto, os pacientes que participavam do programa e buscavam medicação anti-retroviral na Unidade de Saúde responderam voluntariamente a um questionário auto-aplicável, contendo questões fechadas a respeito do nível de instrução, nível sócio-econômico, autopercepção de saúde bucal, gênero e idade. O grupo amostral desta pesquisa foi de 25 pessoas. A idade média dos estudados foi de 39,3 anos. A maior parte dos entrevistados foi de mulheres, 66,7%, enquanto que os homens somaram 33,3%. Os dados sobre grau de escolaridade revelaram que a grande maioria dos entrevistados possuía menos de 10 anos de estudo, o que indica uma maior incidência de casos nos estratos sociais de menor escolaridade. A renda familiar mensal média encontrada revela que 90,5% dos entrevistados ganhavam até 3 salários mínimos. Os dados sobre a autopercepção de saúde bucal revelam que 71,4%, acreditam que a saúde bucal não afeta ou afeta pouco o relacionamento com as outras pessoas. A maior parte, 66,7%, acredita que um problema bucal pode afetar muito a sua saúde geral, contudo, menos da metade dos entrevistados, 42,9%, fazem uso do fio dental e apenas 33,3% realizam consulta odontológica uma vez no ano, pelo menos. Os resultados deste estudo apontam que a posição do indivíduo na estrutura social constitui um importante preditor das suas condições de saúde, sendo que o padrão de risco é constantemente desvantajoso para os indivíduos pertencentes aos grupos sociais menos privilegiados, sobre os quais recai a grande maioria das doenças endêmicas, as patologias decorrentes da fome e da ausência de saneamento e a infecção pelo HIV. Analisando-se os dados deste estudo, conclui-se que os cuidados com saúde bucal dos pacientes com HIV/AIDS são insuficientes, sugerindo a criação de um programa específico para estes pacientes, haja visto que mais da metade dos pacientes entrevistados relatou não ter recebido informações de como evitar problemas bucais, o que pode comprometer sua saúde geral e bucal.

Esse estudo teve como objetivo avaliar a influência de hábitos bucais deletérios e possíveis más-oclusões por meio de exame clínico. A análise dos hábitos bucais deletérios foi realizada por meio de exames bucais e de um instrumento de avaliação (em forma de questionários) entregue aos pais ou responsáveis, e que abordou aspectos relativos aos hábitos bucais deletérios tais como uso da mamadeira, chupeta e sucção digital. Foram avaliadas crianças de ambos os sexos, na faixa etária de três a cinco anos de idade, matriculadas no CMEI – Carrossel, Francisco Beltrão. O estudo foi realizado com dezenove crianças que participaram da amostra da pesquisa. A análise dos dados mostrou uma alta prevalência de mal-oclusões (63,15%): mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior e sobressaliências. Constatou-se que existe uma associação entre os hábitos bucais deletérios e as más-oclusões; a maioria das crianças apresentou pelo menos um hábito indesejável ou costume individual, sendo o mais prevalente o uso da mamadeira (84,12%); foram observadas ainda alterações de fonação, respiração e de deglutição atípica. A deglutição atípica foi a mais relevante, (73,68%).

Fluorose dentária é uma opacidade do esmalte provocada pela ingestão de quantidades excessivas de flúor (exposição crônica), durante o período de formação dos dentes. O presente estudo divulga os dados de um levantamento epidemiológico da prevalência da fluorose dentária em escolares da cidade de Campo do Tenente-PR. Foram examinadas, no total, 40 crianças. Os exames foram realizados por uma examinadora previamente calibrada para a aplicação do Índice de Dean, sendo encontrados 42,5% no grau leve e 32,5% no grau moderado. Foi observado, ainda, que a média dos teores de flúor das águas de abastecimento público do ano de 2004 foi de 1,7 ppm de flúor, índice considerado alto já que o valor ideal para prevenir cáries e não causar fluorose varia de 0,7 a 1,2 ppm, conforme a temperatura média anual.

Este trabalho foi desenvolvido em uma Unidade Saúde da Família (CAIC), localizada no município de Araucária, Paraná. O objetivo deste estudo foi analisar a incidência relativa das alterações bucais em crianças portadoras de desnutrição na faixa etária de 0 a 5 anos, verificando-se a necessidade do encaminhamento das crianças com desnutrição e de seus familiares para a área odontológica, pelos demais profissionais de saúde, a fim de incluir este procedimento no protocolo de desnutrição. Através deste encaminhamento, as crianças com desnutrição poderão receber orientações sobre saúde bucal e tratamento odontológico precoce, evitando assim complicações e alterações bucais que podem ser originadas ou agravadas em decorrência do estado nutricional deficiente. Através disto, foi possível realizar um diagnóstico situacional levantando dados para a priorização da assistência. O método foi dividido em duas etapas: na primeira etapa da pesquisa foram utilizados como fonte os prontuários médicos e odontológicos para coleta de dados de alterações bucais que podem ocorrer nessa faixa etária aos portadores de desnutrição. Na segunda etapa, foi feita a análise dos dados obtidos e verificação da necessidade de inclusão no protocolo de desnutrição de um fluxo direto para a odontologia. Para a pesquisa foram utilizados 132 prontuários de crianças divididas em bem nutridas e desnutridas, na faixa etária de 0 a 5 anos, chamando a atenção que a faixa etária com maior número de desnutridos é a de 2 a 3 a anos de idade. Os resultados obtidos foram: 41% das crianças desnutridas não possuem prontuários odontológicos; 82% das crianças desnutridas apresentam alterações bucais contra 52% das crianças bem nutridas; 36% das crianças desnutridas apresentam cárie contra 26% das crianças bem nutridas; 13% das crianças desnutridas apresentam hipoplasia de esmalte contra 5% das crianças bem nutridas; 21% das crianças desnutridas apresentam atraso na erupção dos dentes contra 6% das crianças bem nutridas; 18% das crianças desnutridas apresentam gengivites; 33% das crianças portadoras de desnutrição apresentam monilíase contra 9% das bem nutridas. Nessa perspectiva, observamos a importância de inclusão no protocolo de desnutrição de um fluxo direto para odontologia, contribuindo dessa forma para uma melhora na saúde bucal das crianças, elevando a sua qualidade de vida e a de seus familiares.

Esta revisão bibliográfica se propõe a refletir sobre a ocorrência da gestação na adolescência, tendo como foco principal a orientação de enfermagem à gestante adolescente quanto ao risco da atividade sexual desprotegida e a importância de um pré-natal de qualidade. A presente pesquisa foi realizada entre os meses de março a junho de 2005. Foram realizados levantamentos bibliográficos de publicações existentes em Universidades de Curitiba/PR. Entre as publicações pesquisadas, foram incluídos livros sobre o tema em questão, editados entre 1978 e 2003. O resultado dessa pesquisa permitiu-nos a visão de necessidades urgentes, fundamentadas numa realidade social, a serem tomadas na condução da orientação para uma vida sexual ativa, enfocando ainda fatores de ordens bio-psico-social.