Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva

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Especialização | Turma 2002A


Adolfo Oscar Gigglberger Bareiro – Gravidez Na Adolescência: Seus Entornos, Peculiaridades E Razões Do Ponto De Vista Da Adolescente

Este trabalho refere-se aos vários aspectos que envolvem a gravidez na adolescência, do ponto de vista das adolescentes. Tem como objetivo estudar o grau da informação das adolescentes com relação ao período da gravidez, seu relacionamento com familiares como possível fator agravante, a menarca e iniciação sexual precoce, influenciando diretamente na gravidez, além de comparar os projetos de vida antes e após a gravidez e responder se a gravidez foi ou não desejada. Para isto, foi realizada uma pesquisa qualitativa com uma amostragem de doze adolescentes grávidas que freqüentam a Unidade de Saúde Ferraria (Campo Largo). Os resultados mostram que as adolescentes não desejavam engravidar, porém, acabaram aceitando a idéia após tomarem conhecimento do seu estado gravídico. As adolescentes provêm de lares desestruturados, com laços familiares extremamente comprometidos, com iniciação sexual precoce, grau de escolaridade baixo e com projetos de vida cada vez mais difíceis de serem atingidos.


Adriane Mink – Instrumentalização Das Equipes De Saúde Da Família Nas Ações De Vigilância Epidemiológica No Município De Fazenda Rio Grande – Paraná

Trata-se de uma proposta para instrumentalizar as equipes de saúde da família nas ações de vigilância epidemiológica no município de Fazenda Rio Grande – Paraná. Para isso, optou-se pela estratégia da educação continuada em serviço, oferecendo o Curso Básico de Vigilância Epidemiológica (CBVE) aos profissionais de saúde do município. Ao realizarmos um comparativo histórico entre os dados epidemiológicos e a sensibilização dos profissionais em relação às atividades de vigilância epidemiológica local, verificamos que existe uma íntima relação entre eles. Com o passar dos anos, verificou-se uma diminuição na preocupação dos profissionais com as ações de vigilância em saúde, o que acarretou numa diminuição das notificações e, certamente, muitos casos ficaram subnotificados. Como tentativa de melhorar esse sistema de informação gerado nas unidades de saúde, o CBVE poderá novamente orientar esses profissionais para que em seu local de trabalho desempenhem seus papéis de fonte notificadora dos agravos de notificação obrigatória, além das outras atividades de vigilância epidemiológica. E, conseqüentemente, tornar os dados da vigilância epidemiológica mais confiáveis e fidedignos com relação à realidade, para que possam ser utilizados como ferramentas no planejamento em saúde.


Andréa Garcia Fernandes – Concepção De Saúde E Doença Como Causa Do Distanciamento Dos Profisssionais De Saúde E Usuários

A pesquisa objetivou obter pontos de referência junto à população sobre o sistema de saúde, bem como os pareceres destes com relação às formas de atendimento. Na visão da população, o sistema de saúde público está falido. São longas filas para o atendimento médico e esperas intermináveis para a realização de um exame ou tratamento especializado. Neste entremeio fica a figura do médico, que é massacrado pelo sistema, onde é preciso atender a certo número de pacientes por hora, não podendo dar atenção necessária ao paciente. Na outra ponta do atendimento está a figura do paciente, que busca um alívio para seu sofrimento. Busca também um tratamento mais humano, personalizado, espera que o médico compreenda seu sofrimento, que ouça o que ele tem para falar, que o examine com profundidade. É necessário existir uma relação de confiança entre médico/paciente para que o tratamento possa surtir o efeito esperado. Caso não haja esta relação, será muito mais difícil conseguir que o paciente siga corretamente o tratamento indicado. Há uma busca para tornar o tratamento médico menos traumático e mais humano, mas ainda esbarra-se na formação médica, que está cada dia mais compartimentada em especialistas, em detrimento do clínico geral. Há também certo descaso do setor público com a política de saúde pública no país, o que trouxe mais desconforto e sofrimento para aqueles que buscam atendimento.


Andréa Gross – A Percepção Do Adolescente Frente A Sua Saúde Bucal E Aos Serviços Odontológicos Da Unidade De Saúde Do Caic Do Município De São José Dos Pinhais – Paraná

A literatura especializada tem apresentado algumas experiências bem sucedidas no campo da educação em saúde bucal. No caso dos adolescentes, tem havido uma preocupação sempre crescente quanto aos aspectos do controle sobre a cárie e da placa bacteriana. Analisa-se o papel que deve caber a um sistema de atenção odontológica voltada aos adolescentes sobre a sua saúde bucal e suas percepções sobre os serviços odontológicos, tendo como estudo de caso a Unidade de Saúde do CAIC (Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente) do município de São José dos Pinhais – Paraná. Para alcançar esse objetivo, a presente monografia aborda assuntos de relevância como: a importância da saúde bucal, a promoção da saúde bucal, a educação em saúde bucal, as políticas para melhorar a saúde bucal e a motivação em saúde bucal. Complementa esta abordagem a saúde bucal dos adolescentes, onde são mostradas as características dos indivíduos que compõem esta faixa da população, seu comportamento e a importância da saúde bucal dos adolescentes. Para o estudo de caso, foi utilizado o método da pesquisa qualitativa, onde se busca entender os anseios da saúde bucal dos adolescentes e suas percepções sobre os serviços odontológicos no CAIC de São José dos Pinhais. O instrumento utilizado para a presente pesquisa foi uma entrevista, cuja apresentação, interpretação dos resultados e conclusão, permite conhecer todo o resultado desta pesquisa, apresentando-se recomendações úteis para a promoção da saúde bucal dos adolescentes.


Cintia Mara Gusso – Percepção Das Gestantes Sobre A Saúde Bucal De Seus Futuros Bebês – Araucária – PR

Foram entrevistadas 50 gestantes que participavam do Programa de Pré-natal no Centro de Saúde Santa Mônica, Prefeitura Municipal de Araucária, Paraná, procurando-se verificar a percepção que as mesmas possuíam com relação à saúde bucal de seus futuros bebês. Os resultados indicaram que as gestantes atribuem valor na atenção odontológica como meio para se obter saúde bucal (68,0%) e também têm conhecimento (64,0%) de que a sacarose é a principal responsável pelos prejuízos aos dentes. 80,0% acreditam que a mamadeira é também prejudicial, mas mesmo assim 56,0% delas pretendem utilizá-la, sendo que 82,14% iniciarão o uso desde o primeiro ano de vida. Dentre os alimentos que as mães pretendem colocar na mamadeira, 60,7% citaram ser o leite com farináceos, seguido de 53,6% para o leite puro. Das gestantes que irão utilizar a mamadeira, 57,1% não pretendem utilizar o açúcar e 42,9% irão utilizá-lo, sendo que 41,7% destas relataram que o mesmo ajudaria a melhorar o gosto do alimento. Estes resultados demonstram que é necessário elaborar programas materno-infantis nos Centros de Saúde de atenção básica e nas equipes do Programa de Saúde da Família, os quais levem a mudanças de atitudes em relação à saúde bucal, através de recursos preventivos e de promoção de saúde.


Claudia Regina Rolli – Apresentação Do Modelo Calgary Como Ferramenta De Avaliação E Intervenção Nas Famílias

Este trabalho originou-se após o enfrentamento de situações novas e de difícil controle para a equipe multidisciplinar em uma Unidade de Saúde, após a implantação do Programa de Saúde da Família. Na tentativa, muitas vezes frustrada, da equipe em tentar resolver estas questões, surgiram reflexões e indagações de como se pensar em família, como incluí-la em nossa prática diária. E partindo deste ponto, surgiu a necessidade de procurar novas ferramentas para nos auxiliar neste trabalho. O objetivo é apresentar o Modelo Calgary de Avaliação e Intervenção na Família, visando proporcionar às enfermeiras e demais profissionais que atuam em unidades que contemplem o Programa de Saúde da Família os fundamentos teóricos dos mesmos. O Modelo Calgary de Avaliação e Intervenção na Família surge como uma nova ferramenta focada na família, que foi realizado por duas enfermeiras norte-americanas, e que tem como indicação básica auxiliar a família que está vivenciando um sofrimento físico e/ou espiritual ou uma ruptura causada por uma crise familiar, como doença ou até óbito. Conclui-se que a simples descrição das teorias dos modelos não é suficiente para podermos afirmar com segurança sua real aplicabilidade, pois o mesmo foi descrito e aplicado em uma realidade norte-americana. Faz-se necessário, então, adequá-lo à realidade das famílias brasileiras.


Enéias Cordeiro De Souza Filho – Análise Da Implantação Do Programa De Saúde Da Família Em Fazenda Rio Grande – Paraná

Este trabalho procura descrever a implantação do Programa Saúde da Família no município de Fazenda Rio Grande – PR, resgatando a história do sistema de saúde local. É revista a construção da saúde pública e a história das políticas e sistema de saúde do país. Muitos dos seus habitantes, assim como a maioria dos servidores públicos do município, pelo relativo curto período de tempo de residência ou trabalho na localidade, desconhecem a história recente do sistema de saúde do Município, especialmente a implantação do Programa Saúde da Família. Tem-se como objetivo resgatar a história da saúde pública deste município, cuja emancipação política é contemporânea à criação do PSF pelo governo federal. A construção da história da atenção à saúde do município se confunde com as mesmas dificuldades existentes na implementação do PSF. As dificuldades, os questionamentos e os anseios por parte dos usuários e dos gestores são claramente compreensíveis quando se conhece a necessidade de construir, rapidamente, um sistema de saúde em um município novo, que está em fase de criação de quase todos os seus demais serviços públicos essenciais. A plena implantação do Programa de Saúde da Família parece ter encontrado, na atual gestão municipal, o envolvimento necessário para seu desenvolvimento. Trata-se de trabalho descritivo, por meio de pesquisa bibliográfica e documental.


Gilberto Hosoume – Absenteísmo Das Crianças Ao Tratamento Odontológico

A clínica odontológica da Unidade Municipal de Saúde Moradias da Ordem, na cidade de Curitiba, sofre o fenômeno do absenteísmo desde a sua inauguração, em junho de 1996. A equipe realiza anualmente o exame bucal dos alunos da Escola Municipal Dona Pompília, pertencente à sua área de abrangência, identificando suas necessidades curativas. Os responsáveis pelas crianças são comunicados através de bilhetes, onde garantimos priorização para agendamento sem necessidade de participar do processo de triagem, que ocorre diariamente às 7 horas e 30 minutos. Para que isso ocorra, é necessário apenas o comparecimento do responsável à clínica odontológica, munido desse comunicado. No entanto, um expressivo absenteísmo tem sido verificado ao longo dos anos, mesmo diante de algumas facilidades. Este estudo tem como objetivo identificar os motivos pelos quais isto ocorre. De acordo com os dados obtidos através do recorte feito em uma amostra do levantamento de 2003, constatamos que 32 crianças/adolescentes, regularmente matriculadas na primeira série nesta escola, representando 13% do total de 248, apresentaram necessidade de tratamento curativo. Dessas, 32,59% das crianças não iniciaram o tratamento por falta do comparecimento de seus responsáveis para realizar o agendamento. Complementarmente, foram realizadas visitas às famílias de 37,5% dos alunos, contemplando apenas os ausentes ao atendimento. Utilizando uma metodologia de pesquisa qualitativa mediante questionários abertos, entrevistas semi-estruturadas foram aplicadas com o intuito de melhor compreender a realidade da população estudada. Sendo assim, o objetivo principal deste trabalho é identificar os motivos que levam os pais e/ou responsáveis a não comparecerem à clínica odontológica para receber o tratamento odontológico para essas crianças. A análise qualitativa dos dados coletados possibilitou compreender a existência de vários motivos concorrentes para o fenômeno.


Gláucia Moeckel – Levantamento Da Prevalência Da Doença Periodontal Nas Gestantes Da Área De Abrangência Da U. S. São Miguel Em Curitiba/Paraná

O presente estudo tem como objetivo conhecer a prevalência das afecções gengivais e periodontais que ocorrem durante a gestação na área de abrangência da U. S. São Miguel, em Curitiba, e avaliar a possível correlação destas com variáveis sócio-econômicas e culturais. Foram entrevistadas e examinadas 85 gestantes, com idade variando entre 16 e 41 anos, no período de dezembro/2002 a setembro/2003. Para avaliação da situação periodontal, foram utilizados os Índices Gengivais e Índice de Placa. Na entrevista foram abordadas questões como: percepção das gestantes sobre o processo saúde/doença; conhecimentos e práticas com relação à saúde periodontal, além da investigação da influência hormonal; influência de fatores socioeconômicos e culturais no desenvolvimento da doença periodontal na gravidez. Foi possível concluir, em relação à amostra, que: a prevalência de doença periodontal no grupo estudado é de 82%; o grupo estudado apresenta uma fraca valorização da sua saúde bucal; as gestantes apresentam-se inseguras com relação ao tratamento odontológico na gravidez; a desinformação sobre saúde/doença periodontal está muito presente entre as gestantes analisadas; a condição socioeconômica e cultural influi diretamente no comportamento das gestantes em relação à sua saúde; a melhoria das condições inflamatórias gengivais foi bastante significativa com a incorporação de melhores hábitos de higiene. De acordo com os resultados obtidos, observou-se a necessidade do cirurgião-dentista fazer parte da equipe de pré-natal, orientando as gestantes com relação à segurança de intervenções odontológicas nesse período e contribuindo para a adequação e manutenção da saúde bucal na gravidez.


Kelmy Sampaio – Grupo Operativo Para Hipertensos

Como ser Social, o homem busca vincular-se aos grupos desde a infância, através de interesses em comum. O grupo traz a possibilidade de crescimento e mobilização, uma vez que favorece aos integrantes a troca de papéis, facilitando o resgate dos sonhos, perdas e expectativas remotas. Este trabalho teve como objetivo conhecer uma maneira mais apropriada de se trabalhar com o grupo de hipertensos, devido à dificuldade encontrada por uma equipe do Programa de Saúde da Família. O trabalho propõe a formação de um grupo com portadores de hipertensão arterial sistêmica. A técnica escolhida foi a de grupo operativo, por ser baseada na realização de tarefas em comum. Assim, propicia aos seus integrantes um espaço livre para a criação de expressões, favorece a discussão e a interação interpessoal, formula novos papéis trazendo à tona as potencialidades, recursos e limitações do grupo. Compõe-se de uma revisão de literatura sobre a história da formação dos grupos, seus conceitos e técnicas, apresenta aspectos clínicos e psicológicos dos portadores de hipertensão arterial sistêmica, suas complicações e tratamento, e a proposta de utilizar a técnica do grupo operativo para o grupo de pacientes hipertensos. Considerando que a hipertensão arterial representa alto custo social, sendo responsável por 40% das aposentadorias precoces e de absenteísmo do trabalho, pretendo com este estudo contribuir para o desenvolvimento da prática das equipes do Programa de Saúde da Família no tocante a essa doença de caráter crônico-degenerativo.


Késia Petry – Avaliação De Hábitos E Fatores Causais Da Ausência De Cárie Em Adolescentes De Baixa Renda

Conhecer o comportamento do adolescente é fundamental para que o profissional de saúde se instrumentalize para uma melhor definição do seu perfil de risco frente aos diversos problemas que afetam esta faixa etária. Dentre os problemas bucais, a cárie continua sendo a doença mais prevalente na adolescência. Este trabalho teve como objetivo obter informações de adolescentes acerca de seus hábitos em relação à saúde bucal, sendo avaliados 76 adolescentes com idade de 13 anos, onde foram avaliados em relação ao índice de CPO-D (número de dentes cariados, perdidos e obturados), o qual foi de 3,8. Nesta amostra, evidenciou-se que 8 adolescentes não apresentavam nenhuma lesão cariosa, apesar desses adolescentes serem de uma classe social muito baixa. Então, foi feito um estudo de caso e controle, tendo 8 casos (sem cárie) e 8 controles (com cáries), nos quais foram avaliados índice de higiene oral, hábitos dietéticos, nível socioeconômico e cultural de suas famílias, com objetivo de avaliar os hábitos e causas da ausência de cárie e orientar sobre esses hábitos para outros adolescentes que perceberiam que, mesmo vivendo na pobreza em que se encontram, é possível evitar a cárie (não achando-a mais comum). Chegou-se à conclusão que os fatores presentes nesses adolescentes para ausência de cárie são a água fluoretada, a genética (algum parente livre de cárie), bons hábitos dietéticos e boa higiene oral. Também foram pesquisados métodos efetivos de motivação para mudanças de hábitos em adolescentes, pois o paciente precisa estar altamente motivado para adquirir novos hábitos, assim como o profissional deve estar preparado técnica e emocionalmente para esse trabalho.


Ligiana Maffini – Mulheres Médicas No Programa De Saúde Da Família E A Prática Da Vasectomia

Com o intuito de avaliar as expectativas e nível de satisfação de homens vasectomizados por médicas mulheres do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva, parte integrante do Programa de Saúde da Família (PSF) de Campo Largo, procedeu-se a esta pesquisa qualitativa, através de entrevista semi-estruturada, por telefone. Perguntou-se aos homens sua opinião a respeito de ser uma mulher médica a operá-los. Para a maioria dos homens, o fato de ser uma mulher não lhes causava medo, porém o medo e ansiedade verificaram-se em relação ao procedimento cirúrgico em si e à expectativa quanto aos resultados. Muitas abordagens em programas de saúde sexual e reprodutiva têm sido feitas, mas neste ressalta-se a importância de uma visão holística e humanizada no atendimento, integrando-se médicos generalistas nas equipes de PSF, assim como uma abordagem levando em consideração as questões de gênero.


Luciana Amaral – Reconhecimento De Transtornos Mentais Em Idosos Pelos Profissionais Do Programa De Saúde Da Família

A participação do Censo 2000 revelou que vivem no Brasil 18 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, que se concentram nas grandes cidades, são mulheres e pobres. Por direito constitucional têm a saúde garantida pelo Estado, cuja porta de entrada é o Sistema Único de Saúde. Em 1994, o Ministério da Saúde implantou uma estratégia particular de atenção à saúde da população, executada por equipes multidisciplinares, conhecida como Programa de Saúde da Família. A pesquisa realizada em duas equipes do Programa de Saúde da Família, em município de cem mil habitantes da região metropolitana da cidade de Curitiba, revelou que esses profissionais não receberam treinamento suficiente para desenvolver as atividades que executam e que as equipes não atuam com o número mínimo de componentes preconizados pelo Ministério da Saúde. A falta de capacitação e de educação continuada deixou claro que as equipes desconhecem as necessidades dos idosos, principalmente em relação à sua saúde mental. As entrevistas demonstraram que os profissionais reconhecem a sua limitação e manifestaram um desejo unânime de qualificação sobre o tema.


Lúcio Da Silva Reis – Contribuições À Estratégia De Visita Domiciliar Da Equipe De Saúde Bucal No Programa De Saúde Da Família

O Programa de Saúde da Família é uma proposta para reorganização da atenção à saúde que tem como foco central o cuidado a família, o qual se traduz pela maior proximidade de atuação da equipe de saúde com a população, através da estratégia de visita domiciliar. Com a inclusão da odontologia neste programa, estes profissionais passaram a ter uma nova dimensão de atuação dentro da saúde coletiva. Portanto, foi realizado um estudo de caso em uma família moradora da zona rural do município de Araucária – PR. A abordagem familiar foi dividida em quatro visitas, sendo que cada visita corresponde a uma intervenção realizada pela equipe de saúde. Dessa forma, observou-se a formação de vínculo profissional/família de maneira gradual, à medida que aumentava a complexidade das intervenções do profissional com a família, o que facilitou o processo de promoção de saúde. Sendo assim, a visita domiciliar, feita de maneira planejada e sistematizada, é uma grande ferramenta para o trabalho de promoção de saúde e a conseqüente melhoria das condições de vida das populações que têm um acesso mais dificultado aos serviços de saúde.


Marcia Maria Fatinatti Guerra – Causas Da Não Adesão Ao Tratamento Para Hipertensão Arterial

Este estudo apresenta uma análise da não adesão do usuário ao tratamento para hipertensão arterial. A problemática foi a percepção dos dados referentes às freqüentes alterações nos parâmetros das pressões sistólica e diastólica dos usuários hipertensos participantes de grupos de educação à saúde na Unidade de Saúde Sabará do município de Curitiba – PR. Estabelecemos uma proposta de investigação sobre este fenômeno onde caracterizamos cada usuário e sua família para analisar os determinantes e diminuir os índices de complicações e assim promover a qualidade de vida dos envolvidos. Os sujeitos do estudo foram quinze usuários idosos hipertensos, nível 1, da área de abrangência da referida unidade de saúde. Na investigação, vários aspectos do tratamento foram considerados, além do medicamentoso, entre estes: a compreensão sobre o seu processo de adoecimento, a realização de atividade física regular, a dieta alimentar, o tabagismo, o alcoolismo. Para dar conta da proposta, selecionamos a pesquisa qualitativa exploratória, desenvolvemos revisão bibliográfica sobre o tema e realizamos observação participante em visitas domiciliares, com coleta de dados em entrevista individual semi-estruturada, por meio de um instrumento próprio. Na análise dos dados encontramos que as causas da não adesão ao tratamento foram: o uso incorreto dos medicamentos prescritos; alimentação inadequada e falta de atividade física (sedentarismo ou atividade física insuficiente). E, ainda, que na realidade dos usuários vários fatores contribuem para a não adesão ao tratamento, e entre estes destacamos: a renda familiar baixa, o nível de escolaridade e a cultura. Concluímos que os objetivos estabelecidos foram atingidos e a prática da educação em saúde deverá considerar os aspectos descritos para que possibilite a adesão ao tratamento e a resolutividade do mesmo.


Marcos Hirata – A Doença Periodontal Como Fator De Risco Para Parto Prematuro E Nascimento De Bebês De Baixo Peso

O parto prematuro e o nascimento de bebês de baixo peso são fatores determinantes de mortalidade infantil e morbidade na infância, constituindo-se um problema de saúde pública no Brasil. A dificuldade no seu controle está em sua multicausalidade. Vários fatores de risco para esses eventos foram identificados e, atualmente, são monitorados durante a gestação, como: hipertensão, diabetes, infecções geniturinárias, consumo de álcool e drogas, tabaco e idade da gestante. Porém, outras causas mais complexas e nem sempre conhecidas podem contribuir para o desencadeamento do parto prematuro. É o caso das doenças periodontais, que vêm sendo consideradas como fator de risco, principalmente por sua semelhança com as infecções geniturinárias. Essa pesquisa teve como objetivo investigar se a doença periodontal na gestante é um fator de risco para o nascimento de bebês prematuros e/ou de baixo peso. Foi realizado um estudo de caso/controle, nos meses de abril e maio de 2003, no Hospital Nossa Senhora Aparecida, no município de Fazenda Rio Grande, no Paraná, sendo que para cada bebê que nascesse prematuro (menos de 37 semanas de gestação) e/ou de baixo peso (menos de 2.500g), eram selecionados aleatoriamente até 72h após, quatro bebês que nascessem a termo (37 semanas ou mais de gestação) e com peso normal (2.500g ou mais). Os grupos foram formados pelas mães desses bebês, sendo que o Grupo I (caso) ficou composto por 17 mães e o Grupo II (controle) com 68 mães, totalizando 85 na amostra. Foram coletados dados a respeito de outros fatores de risco, através dos prontuários e de entrevista, como hipertensão arterial, diabetes, infecções geniturinárias, consumo de bebidas, drogas e tabaco, idade da mãe, número de gestações, abortos anteriores e número de consulta no pré-natal. Durante o exame bucal, foram coletados dados sobre a profundidade da bolsa periodontal à sondagem para avaliação da condição periodontal de cada mãe. Cada fator foi analisado para cálculo do seu risco relativo (Odds ratio). Os resultados demonstraram que somente a hipertensão arterial OR 4,09 com IC 95% de 1,25/13,35, a doença periodontal severa OR 3,87 com IC 95% de 1,00/14,97 e a primeira gestação OR 2,88 com IC 95% de 1,01/8,20 tiveram relação estatística significativa para o parto prematuro e o nascimento de bebês de baixo peso. A ocorrência de 2a e 3a gestações nas mães atuou como fator de proteção para parto prematuro e nascimento de bebês de baixo peso, com OR 0,34 e IC 95% de 0,10/0,92. A doença periodontal analisada de forma global não mostrou resultados estatísticos significativos. Conclui-se, portanto, nessa pesquisa, que a doença periodontal na sua forma mais severa tem associação com parto prematuro e nascimento de bebês de baixo peso.


Margarete Menoncin Debertolis – Saúde Da Família: Um Estudo Sobre Como Os Usuários Do Sistema Único De Saúde Compreendem O Programa Saúde Da Família No Município De Matelândia

O presente trabalho objetivou apresentar um estudo sobre como os usuários do Sistema Único de Saúde compreendem o Programa Saúde da Família, implantado em 1998 no município de Matelândia, Estado do Paraná. A partir da entrevista semi-estruturada, utilizada para a coleta de dados junto aos usuários cadastrados no Serviço de Informação de Atenção Básica do município e subsidiado por um referencial teórico baseado na abordagem sistêmica do Programa de Saúde da Família, procurou-se traçar um perfil deste modelo de assistência de saúde. Os resultados evidenciam que os usuários desconhecem o PSF e, igualmente, não compreendem os propósitos dos Programas de Atenção Básica desenvolvidos pelo Sistema Único de Saúde, no entanto, reconhecem o caráter de mudança no atendimento prestado pela Secretaria Municipal de Saúde. As conclusões indicam a necessidade de se diversificar a sistemática de comunicação adotada no PSF e ampliar o debate sobre a instrumentalização da equipe multidisciplinar, não apenas no âmbito da capacitação nas especificidades sanitárias, mas, sobretudo, no sentido de haver um comprometimento com as mudanças culturais e sociais almejadas pela sociedade que, de forma imperativa, possa auxiliar na questão do resgate social do indivíduo.


Maria Carolina Bandeira Mosimann – Tratamento Restaurador Atraumatico (ART) Uma Revisâo De Literatura

O Tratamento Restaurador Traumático (ART) é uma nova abordagem para o tratamento da doença cárie. Esta técnica consiste na remoção do tecido cariado do dente, com instrumentos manuais e a restauração definitiva da cavidade resultante com um material adesivo (usualmente o cimento de ionômero de vidro- CIV), desenvolvido especificamente para ART. O CIV é usado para o ART principalmente devido às suas características benéficas para o meio bucal e para os tecidos dentários; promoção do selamento da cavidade e das fóssulas e fissuras e, também, por seu coeficiente de expansão térmica linear ser semelhante ao das estruturas dentárias. Esta revisão de literatura aborda aspectos relacionados ao embasamento científico que sustenta a técnica, suas indicações, vantagens, usos e limitações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e diversos autores recomendam o uso do ART em Saúde Pública como alternativa de tratamento a milhares de pessoas que não têm acesso ao atendimento odontológico convencional.


Osvaldo Tchaikovski Junior – Prevalência Do Diabetes Mellitus Tipo Ii Em População Assistida Pelo Programa De Saúde Da Família

O Programa de Saúde da Família (PSF) é um modelo de assistência à saúde que foi oficialmente implantado no Brasil em 1994. Tem como uma de suas propostas substituir as práticas tradicionais de assistência que visam o tratamento da doença para um modelo de cuidado da saúde dos indivíduos e, conseqüentemente, prevenção das doenças. O Diabetes Mellitus é uma das doenças crônicas degenerativas de maior importância clínica em saúde pública, em que a prevenção de suas complicações e conhecimento da real prevalência torna-se fundamental para a ação dos profissionais dentro deste novo modelo. Para identificar os pacientes diabéticos na comunidade assistida pela Unidade de Saúde Santa Tereza, no município de Colombo-Pr, foi elaborado questionário de pesquisa que identificava fatores de risco para o Diabetes e aplicado a todos os moradores maiores de 30 anos que residiam nessa comunidade. 1017 questionários foram analisados, dos quais 480 apresentaram indicação para realização do teste de glicemia em jejum ou teste de tolerância oral à glicose. Após análise dos resultados, constatou-se aumento da prevalência de pacientes diabéticos de 3,73% para 5,7%. A pesquisa também permitiu traçar o perfil clínico destes pacientes. Os resultados servirão como ponto de partida para atuação na prevenção das complicações desta patologia, visando melhoria da qualidade de vida desta população.


Paulo Francisco Arant Martins – Levantamento Das Necessidades Bucais Dos Idosos Na Unidade De Saúde Vila Verde – Curitiba – PR

Este estudo tem como objetivos realizar levantamento das necessidades bucais dos idosos, bem como relacionar as condições sócio-econômicas e identificar a autopercepção da necessidade de tratamento odontológico. Por meio deste estudo buscou-se conhecer a realidade de uma área de abrangência da Unidade de Saúde Vila Verde, que está inscrita no Programa Saúde da Família, situada na periferia do Município de Curitiba. Utilizou-se a metodologia da Saúde Bucal 2000 (SB 2000), que é um estudo epidemiológico transversal realizado no ano de 2003 no Brasil. Realizou-se, portanto, a coleta de dados através de questionário (SB 2000) em 20 moradores na faixa etária de 65 a 74 anos. A análise foi realizada através da leitura e interpretação das tabelas, bem como propiciou ao profissional uma reflexão relacionada à sua prática diária, subsidiando-lhe uma nova visão do idoso e conseqüentemente uma abordagem mais humanizada para esta faixa etária.


Raquel Cristina Sponholz – Amamentação Bem Sucedida: Alguns Determinantes

Este trabalho é uma pesquisa qualitativa onde se pretende observar a amamentação a partir de um questionamento sobre quais seriam os fatores que influenciam as mulheres a amamentar. Para isso, foram realizadas entrevistas com 21 mulheres moradoras do Bairro Santa Cândida, no município de Curitiba, no período de fevereiro a março de 2003, algumas em suas residência e outras na Unidade de Saúde Santa Cândida, por opção das mesmas. As entrevistas foram feitas pela mesma entrevistadora, que utilizou um guia de entrevista previamente elaborado para este trabalho. As mulheres estavam cadastradas na Unidade de Saúde Santa Cândida e tiveram seu parto no Hospital Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, no período de agosto a outubro de 2002. A escolha das mulheres se deu a partir da data de nascimento dos bebês, conseguidas através da declaração de nascidos vivos arquivadas na Unidade e com a condição de que estivessem cadastradas na Unidade de Saúde Santa Cândida. Os bebês em questão estavam com quatro a sei meses de vida no início da pesquisa. Concluímos que vários são os fatores que influenciaram as mulheres que não amamentaram seus filhos no período mínimo de seis meses, sendo alguns deles: conflitos familiares, a não aceitação do bebê, depressão pós-parto, comodidade, despreparo da mama, despreparo psicológico, desinformação, atividades educativas ineficientes, dificuldades com relação à licença maternidade e ao trabalho.


Rejane Cristina Perretto Precoma – A Alimentação Para Crianças De 0 A 24 Meses E Cáries: Uma Breve Revisão Bibliográfica

A alimentação adequada para cada fase da vida da criança é fundamental para seu desenvolvimento e crescimento e para a formação de hábitos alimentares saudáveis. Percebe-se, na prática diária durante o atendimento odontológico, que a cárie aparece precocemente em crianças de até vinte e quatro meses, progredindo com aumento da faixa etária. Hábitos alimentares inadequados prejudicam o desenvolvimento geral da criança e a manutenção da saúde bucal. A equipe de saúde deve estar preparada para orientar os pais e familiares sobre a dieta para crianças, destacando aquela para crianças de zero a vinte e quatro meses, reforçando os aspectos positivos do aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade. O cirurgião dentista não deve se restringir a informar somente sobre os malefícios da introdução precoce de açúcar na dieta. Através desta revisão de literatura procurou-se buscar subsídios para que os profissionais de saúde, particularmente o cirurgião-dentista, possam orientar os pais ou responsáveis de maneira ampla e com conhecimento suficiente sobre dieta. O acompanhamento de crianças pelos serviços de saúde, principalmente no primeiro ano de vida, deve ser intensivo, fase em que as mudanças alimentares acontecem com freqüência e as influências nocivas também.


Rosalba Vaz Schulli Dos Anjos – Atenção À Saúde Bucal: Sistema De Atendimento A Escolares X Sistema De Atenção À População Na Estratégia Em Saúde Da Família

Foi realizado um trabalho de retomada histórica e revisão bibliográfica da atenção em odontologia, com relação aos sistemas de atendimento incremental e atenção básica à população em geral. Concomitantemente, foi realizado um trabalho de campo qualitativo, com cirurgiões-dentistas que atuam no município de Colombo, no estado do Paraná, BR, onde co-existem os dois sistemas abordados. Por meio de questões abertas, os resultados das entrevistas mostraram que a maioria dos entrevistados ainda acredita no sistema incremental de atendimento como resolutivo e de impacto, apesar de alguns afirmarem que é de pouco impacto, e poucos terem dito que é excludente. Com os resultados obtidos, observou-se que no imaginário dos cirurgiões-dentistas ainda permanece forte a representação positivista que imperou por muito tempo em nosso país e em cuja lógica foram formados vários profissionais. Percebeu-se, nos discursos, que a prática do cirurgião-dentista é fundamentada em um modelo de saúde curativo-assistencialista, em detrimento da promoção à saúde. É premente uma mudança efetiva para que a Odontologia consiga ser abrangente; é necessário vontade política por parte de todos os envolvidos, passando pelos cidadãos usuários, cidadãos profissionais e cidadãos gestores.


Sandra Mara Rigatti Bueno – Avaliação Da Autopercepção De Saúde Bucal Por Idosos – Fazenda Rio Grande – PR

A pesquisa teve como objetivo avaliar a autopercepção do idoso em relação à condição bucal e relacioná-la com variáveis sociodemográficas e subjetivas que interferem nessa percepção. Foram examinadas 102 pessoas com idade acima de 60 anos, de ambos os sexos, que freqüentavam a Unidade de Saúde Eucaliptos, em Fazenda Rio Grande – PR. Foi realizado um levantamento epidemiológico para determinar o índice CPO – D e usuários e/ou com necessidade de prótese total, aplicado questionário para auto-avaliação da saúde bucal, características sociodemográficas e índice GOHAI (Geriatric Oral Health Assessment Index). Foram usados testes estatísticos para determinar a associação entre as variáveis com a autopercepção da saúde bucal. As variáveis associadas com a autopercepção foram: CPO-D, prótese total, dentes perdidos e índice GOHAI. Apesar de 59,8% dos entrevistados avaliarem sua condição bucal como excelente – boa, o exame clínico mostrou um contraste com a condição clínica, pois o paciente teve visão positiva mesmo com os seus dados não sendo satisfatórios. Concluiu-se que a percepção da saúde bucal do idoso é diferente da visão do profissional, e que teve poucas influências nas condições clínicas, mostrando que é necessária a criação de programas de ações preventivas e educativas específicos para a terceira idade.


Silvia Gerhardt – Análise Da Implantação Do Programa De Saúde Da Família Na Equipe Odontológica Da Unidade De Saúde Moradias Belém

O presente estudo trata-se de uma análise comparativa das mudanças de modelo ocorridas na Unidade de Saúde Moradias Belém, através da análise documental, tendo como base o ano de 2001 (janeiro a dezembro), quando a unidade atuava como básica, e o ano de 2002 (janeiro a dezembro) após implantação do PSF na mesma. Teve como fonte de dados o estudo dos relatórios de ações coletivas, produtividade e referências desta U. S. Os dados colhidos foram tabulados e demonstrados através de representações gráficas. Através destes foi possível perceber uma melhora no número de intervenções odontológicas após a implantação deste programa, devido à mudança de filosofia ocorrida nesta instituição. Concluiu-se, portanto, que este programa resultou em benefícios à comunidade com assistência mais humanizada.


Simone Ludwig Tesserolli – A Inserção Do Fisioterapeuta No Programa Saúde Da Família

A presente pesquisa tem como objetivo principal analisar a atuação do fisioterapeuta nas Unidades de Saúde da Família, visando ampliar sua atuação na Saúde Coletiva e na área de atuação preventiva. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o processo histórico da Fisioterapia e do processo de trabalho recentemente realizado por 20 fisioterapeutas nas Unidades de Saúde do município de Curitiba. Para a coleta de dados foram utilizados 2 questionários, sendo um destinado aos profissionais de saúde que atuam em Unidades de Saúde da Família e o outro para os usuários destes mesmos locais, ambos do Distrito Sanitário de Santa Felicidade. Com estes foi possível verificar que o fisioterapeuta ainda é considerado um “profissional da reabilitação”, ou seja, destinando suas ações para a recuperação da saúde dos indivíduos. Mas, felizmente, em vários municípios do país têm-se observado cada vez mais a participação do fisioterapeuta em atividades de atuação primária e na Saúde Coletiva, demonstrando a importância deste profissional na promoção da saúde e prevenção de agravos à saúde das pessoas, e mantendo as ações na área curativa.


Soriane Kieski Martins – A Interação Fmiliar No Nascimento: Conflitos E Contradições

Trata-se de um estudo, com abordagem qualitativa, por meio de três estudos de caso, realizados com famílias residentes na área de abrangência de uma Unidade de Saúde com Programa de Saúde da Família no município de Curitiba. Os dados foram coletados em entrevistas semi-estruturadas com mulheres, nas suas residências, possibilitando assim a observação da realidade do contexto familiar, investigando a interação familiar e sua dinâmica de enfrentamento perante uma das fases do ciclo de vida – a fase do nascimento – seus conflitos e contradições. Com este objetivo, foram entrevistadas três famílias e resgatou-se, ainda, a importância no uso de ferramentas de instrumentalização da família, (genograma, ciclo de vida e o FIRO) as quais nos auxiliam para a compreensão das relações e das dinâmicas familiares. A análise das ações permitiu identificar um conjunto de categorias como o vínculo afetivo, reorganização e definição de papéis, dificuldades financeiras e o próprio casamento, que reforçam a importância em reconhecer as principais dificuldades ou conflitos deste “viver”. Assim, conclui-se que os profissionais de saúde que se propõem a assistir famílias deveriam conhecê-las e identificar o momento do ciclo vital pelo qual estão passando, bem como a dinâmica familiar, possibilitando assim uma fundamentação para estes profissionais, visto que estas informações levam à reflexão e, conseqüentemente, a uma melhor estruturação da prática.


Vânia Helena Villar Tullio Zanetti – A Concepção Da Equipe Do Programa De Saúde Da Família Do Município De Araucária/Área Rural, Acerca Da Internação Domiciliar

O presente estudo aborda a prática da Internação Domiciliar desenvolvida pela equipe do Programa Saúde da Família no Município de Araucária, tendo em vista a identificação da escassez de conhecimento teórico e técnico acerca desta modalidade de atendimento, principalmente no que se refere ao seu aspecto legal. Esta atividade é regida pela Portaria nº 2416, do Ministério da Saúde, de 23 de março de 1998, que “estabelece requisito para credenciamento de Hospital e critérios para realização de internação domiciliar no SUS”. Apesar da constatação da utilização desta atividade na prática de algumas equipes do Programa da Família, verificou-se que tal procedimento vem sendo comparado ao trabalho de atendimento em domicílio, muitas vezes sendo confundido com este e não atendendo ao dispositivo legal que o normatiza e que determina que seja realizado após internação hospitalar. Para observar tal situação, procedeu-se a aplicação de um questionário composto de perguntas de caráter objetivo, que confirmou a discordância entre os membros da equipe quanto ao conceito e formas de execução da internação domiciliar. Todavia, constatou-se que, na opinião dos entrevistados, tal procedimento constitui-se em uma situação favorável para o processo de restabelecimento da saúde, com minimização da manifestação de seqüelas e risco de infecções cruzadas decorrentes da permanência em leito hospitalar, além da maior segurança e estabilidade emocional identificada nos familiares e no paciente. Inicialmente, a internação domiciliar constitui-se como prática da iniciativa privada, enquanto mecanismo (eficaz) de redução de custos para as empresas de planos de saúde. Foi incorporado ao Sistema Único de Saúde após análise dos aspectos positivos que, associados à questão da redução de custos, sinalizaram como alternativa de redução da demanda por leitos hospitalares, ajudando a desenvolver de forma efetiva o Programa Saúde da Família, estreitando vínculos entre as equipes e a população atendida pelas mesmas, passando a desenvolver uma prática profissional centrada no usuário enquanto sujeito de sua saúde, partilhando essa responsabilidade com sua família e tentando garantir a humanização do atendimento.


Zeinab Ali El Chab – Prevalência De Gengivite Em Crianças Da 3ª E 4ª Series Do Ensino Fundamental De Uma Escola No Distrito De Catanduvas Do Sul – Contenda – Paraná

As doenças periodontais devem ser encaradas como um problema de Saúde Pública, uma vez que acometem a todos, independentemente de sexo, raça, idade ou condição sócio-econômica. São doenças de grande importância epidemiológica, sendo, juntamente com a cárie, responsáveis por grande parcela de morbidade e mortalidade dentária na espécie humana, pois sua prevalência é bastante alta nas populações. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a prevalência da gengivite em 49 crianças de ambos os sexos, entre 8 e 14 anos, sem distinção de raça, ou nível sócio-econômico, alunas de uma escola pública na cidade de Contenda, Paraná. As crianças foram divididas em um grupo controle (24 crianças) e em um grupo experimental (25 crianças). Este passaria a fazer bochechos diários com flúor 0,05%, precedidos de escovação. Para avaliar a condição periodontal utilizou-se o Índice Periodontal Comunitário. Para o grupo total, após a avaliação dos resultados, o índice de placa visível ficou em 100,00% e a prevalência de gengivite foi alta, ficando em 94,70%, o que demonstra falhas no processo de higiene oral destas crianças. Não houve uma diminuição significativa dos níveis de sangramento gengival para o grupo experimental após o programa com bochechos, como era esperado. Programas preventivos e de promoção de saúde bucal devem ser empregados com a finalidade de motivar a população-alvo para que haja uma melhora em sua condição de saúde bucal.

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