As taxas de gestação em adolescentes, ao contrário da gravidez em adultos, têm aumentado, passando a ser consideradas por muitos como um “problema” de saúde pública. Porém, são necessários estudos mais profundos para entendermos os motivos e as implicações de uma gestação na vida dos adolescentes, considerando as características próprias dos jovens, a influência sócio-cultural, a participação das questões de gênero, entre outras. Esse estudo qualitativo, baseado em uma entrevista não diretiva com usuárias adolescentes do serviço pré-natal de uma unidade de saúde, objetiva compreender, segundo a percepção das participantes, os sentimentos das jovens, os motivos e as conseqüências de sua gestação, assim como as mudanças por ela ocasionadas e a atuação do pai no processo. Ao analisarmos as categorias levantadas dos discursos das oito adolescentes participantes, observamos que a gravidez pode ser planejada, desejada e trazer sensações de prazer e conforto, inclusive em meio às dificuldades enfrentadas e aos diversos tipos de sentimentos ambivalentes característicos da gestação. A gravidez não planejada, assim como ocorre com os adultos, não impede que ela seja desejada e bem-vinda, muitas vezes até proporcionando um maior nível de integração intra e interpessoal para as adolescentes. Assim, a gravidez na adolescência é muito similar à gravidez em adultos, parecendo ser necessários outros parâmetros (aspectos sociais, a presença/ausência do companheiro, o apoio da família, por exemplo) para serem considerados fatores de risco para a gravidez, independentemente de a gravidez ocorrer em adultos ou em adolescentes. Diante de todas essas particularidades, a Equipe de Saúde da Família, através de sua interdisciplinaridade e da sua maior proximidade dos sistemas familiares, pode ser uma das grandes opções na abordagem de questões como a gravidez em adolescentes.

O presente estudo foi desenvolvido nas Unidades de Saúde do município de São José dos Pinhais, nos meses de setembro a dezembro de 2003, com o objetivo de avaliar a freqüência do consumo de alimentos ricos em ferro por crianças menores de cinco anos e propor estratégias de educação nutricional. Ações educativas são entendidas como estratégias para a promoção da Saúde e de uma alimentação saudável. Cabe destacar que a educação é um processo que se desenvolve em todos os espaços da sociedade – na família, nas instituições e nas políticas públicas. O resultado do referido estudo comprovou a necessidade de implantação de novas linhas no atendimento nutricional, bem como estratégias de educação nutricional voltadas para as famílias, ou seja, no âmbito coletivo.

A fluorose dentária é um distúrbio específico da formação dos dentes provocado pela intoxicação crônica do flúor sobre o órgão do esmalte durante o processo de formação dentária. O presente estudo divulga os dados de um levantamento epidemiológico da prevalência de fluorose dentária em escolares na cidade de Agudos do Sul/PR que consomem água proveniente de Estação de Tratamento de Águas (ETA) e de poços artesianos. Foram examinadas 184 escolares, na faixa etária de 12 e 13 anos, utilizando-se o índice de Dean. Observou-se que destes, 84,24% apresentaram fluorose dentária nos seus diversos graus. O Índice Comunitário de Fluorose (ICF) encontrado foi de 1,9, situando-se além do nível considerado muito leve por Dean, portanto, pode ser visto como um quadro delicado para a Saúde Pública local.

Este trabalho tem por objetivo desenvolver um projeto que atenda de forma integral uma clientela que é ainda marginalizada pela sociedade. Trata-se dos Indivíduos Portadores de Necessidades Especiais. A idéia surgiu da necessidade de se atender esses indivíduos que compõem uma grande parcela da população geral, e que muitas vezes é esquecida e atendida apenas de forma parcial. A proposta é de criar um projeto de captação, ou seja, de encontrar estes indivíduos na população, usando para isso as ferramentas próprias da Estratégia Saúde da Família. Na seqüência dessa captação, garantir um acesso necessário para todas as suas prerrogativas em saúde, ou seja, atender de forma integral suas necessidades especiais e, finalmente, em um terceiro momento do projeto, propiciar uma inclusão social dessa clientela, seja ela desde o âmbito familiar, passando pela inclusão na comunidade, escola e seja na inclusão profissional. Não se trata de uma terapêutica nova, mas une estudos prévios e fragmentados sobre o tema, servindo de orientação para profissionais ou instituições que atendem estes indivíduos.

As interações entre doenças sistêmicas e doenças bucais têm sido demonstradas por diversos estudos, sendo que a relação entre nascimentos prematuros e/ou de baixo peso (NPBP) e a doença periodontal se destaca por sua importância. NPBP representam problemas de saúde pública, uma vez que contribuem para a morbidade e mortalidade neonatal. Diversos fatores maternos podem estar associados ao risco de NPBP. A grande dificuldade no seu controle está na multicausalidade inerente ao quadro. O objetivo do trabalho foi avaliar se a doença periodontal materna é fator de risco para NPBP. A população-alvo constitui-se por 95 mulheres cujos partos ocorreram no período de 1º de maio a 31 de outubro de 2003 e que moravam na área de abrangência da Unidade de Saúde Solitude, em Curitiba – PR. Dados da mãe, do recém-nascido e da gestação foram obtidos através das Declarações de Nascidos Vivos (DNV), de entrevista estruturada e da avaliação odontológica, sendo que estas duas últimas foram coletadas através de visita domiciliar. A avaliação bucal foi realizada por uma cirurgiã-dentista que seguiu as normas preconizadas pelo Manual do Examinador do Projeto Saúde Bucal 2000, do Ministério da Saúde. O índice utilizado para avaliação periodontal foi o CPI. Os dados foram analisados no programa Epi-Info 6.04c. Foi realizada uma análise descritiva e bivariada dos dados. A análise dos resultados também envolveu os demais fatores de risco para NPBP. A doença periodontal, com destruição dos tecidos de suporte dos dentes, estava presente em 41.1% das mães. Houve significância estatística entre NPBP e doença periodontal (p=0,04), a partir do que pudemos concluir que a doença periodontal é um fator de risco para NPBP. Diante do exposto, o Programa Saúde da Família representa um grande auxiliar na prevenção dos fatores de risco que levam a NPBP. Um trabalho multiprofissional e de acompanhamento familiar possibilitam que haja intervenção nos fatores de risco passíveis de controle, como no caso da doença periodontal. Desta forma, recomendamos que um trabalho odontológico sistemático seja feito em parceria com a medicina durante o pré-natal, para que possamos promover saúde à gestante e auxiliar na prevenção de NPBP.

A diálise e o transplante renal são procedimentos importantes no acompanhamento de pacientes com insuficiência renal crônica (IRC). Medidas preventivas de saúde bucal para pacientes submetidos à hemodiálise têm sido ofuscadas por preocupações com problemas de saúde geral mais urgentes. Nas últimas décadas, avanços na diálise e no transplante reduziram a morbidade e a mortalidade entre pacientes com IRC. À medida que a sobrevivência aumenta, mais atenção deve ser concentrada em outras áreas, dentre elas a saúde bucal. O objetivo deste trabalho foi investigar, através de um estudo de caso e revisão de literatura, as manifestações orais e sistêmicas em pacientes com IRC sendo submetidos à hemodiálise, relatar cuidados necessários para uma intervenção odontológica adequada e orientar a família sobre os cuidados com a saúde bucal do paciente com IRC. Este estudo veio comprovar, de acordo com a revisão da literatura, que pacientes em diálise renal não estão tendo acesso permanente ao tratamento odontológico.

O objetivo desta pesquisa foi investigar o grau de conhecimento e envolvimento das Equipes de Saúde Bucal (ESB) referente ao Aleitamento Materno (AM). Trata-se se um estudo quantitativo, realizado de novembro a dezembro de 2003. Para a presente pesquisa utilizou-se o método descritivo exploratório. O sujeito do estudo foram as Equipes de Saúde Bucal das Unidades de Saúde de Curitiba (Cirurgiões-Dentistas, Técnicos de Higiene Dental e Auxiliares de Consultório Dentário). Para a amostra foram sorteadas aleatoriamente 30 Unidades de Saúde (U. S.), representando 28,6% do total de U. S. de Curitiba. Foi enviado questionário semi-estruturado para todos os profissionais da Odontologia das ESB sorteadas. Retornaram 192 questionários preenchidos. Identificamos que 30% das ESB em Curitiba nunca receberam orientações sobre AM, e que 30% das ESB não realizam orientações sobre AM às gestantes e nutrizes que atendem. Observamos que as U. S. com PSF têm um predomínio de atuação na abordagem do tema AM (65%) em comparação com as U. S. Básicas (35%). Parece-nos claro que não se pode orientar sobre aquilo que não se conhece. Garantir a adequação na atuação do profissional de saúde frente ao AM requer sua capacitação teórica no manejo clínico deste processo e nas formas de acolhida com ações de saúde competentes e humanizantes. Recomendamos que a totalidade de profissionais das ESB recebam orientações específicas sobre AM, objetivando impactar o atendimento à gestante e à nutriz, e melhorar a saúde orofacial das crianças que são atendidas na cidade de Curitiba.

O modelo de atenção à saúde, conhecido como promoção da saúde, preconiza, entre outros aspectos, o controle pelo indivíduo de sua própria saúde. A partir dessa afirmação existe a necessidade de um conhecimento adequado por parte das pessoas sobre os cuidados básicos de prevenção da cárie dentária para atingirmos melhorias significativas na saúde bucal dos mesmos. Transmitindo conhecimento sobre autocuidado em saúde bucal, e também saúde geral, espera-se a concretização de mudanças sustentáveis, como formação de hábitos, inicialmente pelos indivíduos e, posteriormente pela comunidade. Assim, o hábito se transforma em norma social, transferindo o controle da saúde do profissional para o indivíduo e para a coletividade. Este trabalho se propôs a investigar uma relação de equivalência entre o nível de conhecimento sobre a prevenção da cárie dentária e a prevalência da doença encontrada nos pacientes avaliados. Para isso, foi utilizada como população-alvo um grupo de vinte alunos, escolhidos aleatoriamente, todos de doze anos de idade, da Escola Municipal João Franco, do município de Contenda – PR. Exames clínicos foram realizados e um questionário objetivo de múltipla escolha foi aplicado aos escolares. Após a confrontação dos resultados concluiu-se que não há significância, neste grupo, entre conhecimento sobre prevenção de cárie dentária e o valor do índice CPO-D encontrado nos pacientes. Sugere-se a realização de novas pesquisas sobre o tema, ampliando a amostra e/ou utilizando-se de novas variáveis.

Este trabalho teve como propósito identificar as causas do elevado número de cáries na dentição decídua, relacionado a padrões familiares e culturais. Para tanto, utilizou-se o método exploratório-descritivo qualitativo, através de estudo de caso, com uma amostra intencional, constituída com responsáveis pelas crianças com doença de cárie na dentição decídua e que usam aleitamento artificial através de mamadeira, no momento da consulta inicial no Programa do Bebê da Odontologia da Unidade de Saúde de São Miguel. O estudo foi feito por meio de entrevistas domiciliares para a coleta de dados e, a seguir, o assunto foi abordado através de questões abertas, associadas aos objetivos específicos do estudo. Como estas famílias já haviam sido atendidas na odontologia, percebemos que as orientações iniciais no programa, recebidas a cerca de dois anos, foram referidas apenas quando reforçadas em outras relações sociais como escola e família. Assim, nos pareceu claro que a atuação dos profissionais da odontologia apenas dentro da Unidade de Saúde não trouxe efeito duradouro em saúde bucal. Acreditamos que uma ação social do profissional resultará em melhores resultados na saúde da comunidade.

Este estudo é um relato de experiência de um médico generalista na implantação do Programa Saúde da Família – PSF, em um município metropolitano. Para tanto, procedeu-se a uma revisão histórica da implantação do PSF e de seus objetivos preconizados, de mudança de paradigma assistencial com caráter substitutivo e adscrição da clientela por cadastramento, confrontando-os com a experiência prática de um médico generalista. Procuramos demonstrar os contrastes entre seus objetivos e a realidade vivenciada. Concluímos sugerindo uma reflexão mais profunda sobre o novo modelo de assistência à saúde proposto pelo PSF, para que contemple as diferenças regionais da população brasileira, bem como os aspectos de populações interioranas e metropolitanas.

O enfoque aleitamento materno, atualmente, está num patamar importante no que tange as ações da área da atenção à saúde da mulher. O seu espaço é muito bem definido e tem sido de conhecimento da maioria da população, por sua importância nutricional, afetiva e até mesmo sócio-ecônomico-cultural, devido a trabalhos já realizados junto às comunidades por profissionais atuantes através das instâncias federais, estaduais e municipais de saúde. O estudo foi realizado com intuito de clarificar a interação e a influência do contexto cultural na prática do aleitamento materno, desde o incentivo até o processo do desmame natural, utilizando enfoque educativo. Identificou-se as dificuldades encontradas, pelas mulheres-mães e quais os determinantes diretamente relacionados com esta prática, buscando estabelecer os principais fatores ligados à amamentação existentes na realidade de cada mulher. A estratégia utilizada foi a realização de oficinas, evitando assim um olhar somente biológico, mas também entendendo a amamentação como um reflexo de condicionantes sociais, econômicos, políticos e culturais. O enfermeiro, entretanto, pode modificar essa prática e as tecnologias educativas (palestras, exposições dialogadas, vídeos, relatos de experiências ou conversas formais e informais, dinâmicas de grupos, dramatizações, etc.), com base na metodologia da assistência de enfermagem. Através desse estudo, identificamos que os objetivos foram atingidos tendo em vista que o enfoque educativo e a metodologia utilizada são de suma importância, não só como incentivo ao aleitamento materno, que sabidamente contribui para a saúde dos lactentes de risco, mas também capacita as mulheres-mães para essa prática.

Esta pesquisa foi realizada no Hospital Municipal de Mandirituba com gestantes adolescentes de até 20 anos de idade que realizaram o pré-natal durante o mês de outubro de 2003. Foram entrevistadas 26 gestantes adolescentes por meio de um questionário, abordando aspectos sociais, psicológicos e preventivos. Analisando os dados coletados, houve uma maior incidência de gestantes adolescentes com idade entre 19 e 20 anos. Em relação ao parceiro, a faixa etária predominante variou entre 20 e 25 anos. Quanto ao número de parceiros, 73% tiveram só um parceiro, 88,45 estavam casadas ou numa união estável e 34,61% casaram-se após engravidar. Observou-se que, a maioria, tanto da gestante quanto do parceiro, tinha escolaridade entre 5ª e 8ª série, apenas 23,07% estudavam quando engravidaram e 66,66% abandonaram a escola devido à gravidez. Um pouco mais da metade, 53,84%, disseram que pretendiam retornar para escola posteriormente. Entre as gestantes que trabalhavam, 34,61%, mais da metade, deixaram de trabalhar após a gravidez. Quanto à situação laborativa dos companheiros, 92,30% trabalhavam. O relacionamento com os pais era bom, sendo melhor com a mãe. A incidência de antecedente de ser mãe adolescente foi de 46,15% e quanto ao desejo de engravidar foi de 73,07%. A iniciação sexual teve seu maior índice entre 15 e 16 anos e todas conheciam pelo menos 2 métodos anticoncepcionais; porém, quando engravidaram, 73,07% das gestantes não faziam uso de qualquer método anticoncepcional.

Ainda que o acesso, a utilização e a qualidade dos serviços de saúde sejam determinantes apenas parciais das condições de saúde, deve-se reconhecer que são fatores muito importantes para a construção de um sistema de prestação de serviços mais efetivo, eficiente e eqüitativo. Outro importante componente da qualidade dos serviços de saúde é a humanização do atendimento, que se expressa nas condições de acolhimento e acompanhamento do paciente pela equipe de saúde. A partir de 1994, no Brasil, foi implantado pelo Ministério da Saúde o Programa Saúde da Família (PSF) com o firme propósito de realizar a inversão do modelo tradicional de assistência hospitalocêntrico e curativo. O PSF constitui uma estratégia inovadora dentro do modelo assistencial, que prioriza ações de Promoção e também de Proteção e Recuperação da saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido ao idoso, de forma integral e continuada. O PSF nomeia como pontos fundamentais o estabelecimento de vínculos e a criação de laços de compromisso e de co-responsabilidade entre os profissionais de saúde e a população. O principal objetivo desse trabalho resulta do interesse em conhecer a percepção dos usuários da Unidade de Saúde Atuba sobre o que é o PSF, na qual eles estão inseridos através de sua própria perspectiva, como classificam a ação do Programa e o grau de satisfação em relação à atuação da Equipe Saúde da Família, avaliando a aceitabilidade dessa Equipe durante as visitas domiciliares realizadas e contribuir para a prática sanitária da ESF.

Este trabalho refere-se aos vários aspectos que envolvem a vulnerabilidade feminina diante das doenças sexualmente transmissíveis (DST). Tem como objetivo conhecer a percepção que as mulheres possuem sobre o risco das DST, a adesão ao preservativo e a bagagem de linha de pensamento fenomenológico. Foram entrevistadas dez mulheres casadas, residentes em um bairro do município de Curitiba. Os dados foram obtidos através de questionário com perguntas semi-estruturadas, aplicadas na própria Unidade de Saúde, possibilitando assim um ambiente privativo e acolhedor, dando oportunidade para manifestar suas angústias, preocupações vividas nesta relação conjugal.

A valorização do conhecimento sobre a situação nutricional das crianças de uma nação revela o compromisso que o Estado tem com a saúde da sua população em geral. Tomar ciência deste indicador de saúde é ter a possibilidade de articulá-lo e organizá-lo para reconhecer os problemas que afligem a sociedade, sobretudo nos grupos mais vulneráveis. A Chamada Nutricional se constitui numa estratégia que busca avaliar o Estado Nutricional das crianças menores de 5 anos, extrapolando o grupo que habitualmente freqüenta as unidades básicas de saúde, abrangendo uma amostra representativa da população. Em Colombo, Estado do Paraná, foi realizada a I Chamada Nutricional sob a organização da preceptoria da Nutrição da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Federal do Paraná, em parceria com a Secretaria de Saúde do Município Este evento teve como principal objetivo caracterizar o perfil nutricional das crianças menores de cinco anos e indicadores correlatos (peso ao nascer, diarréia, idade e escolaridade da mãe), visando caracterizar as populações que se apresentam em situação de insegurança alimentar e nutricional, e assim, subsidiar o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do município em suas ações. Os resultados que se referem à avaliação antropométrica realizada no referido trabalho, cuja amostra foi de 1223 crianças que participaram da Campanha Nacional de Vacinação de 2003, apontaram uma prevalência de 8% abaixo do percentil 3 para peso/idade, 11% entre o percentil 3 e 10, e 4% acima do percentil 97; do índice altura/idade 18% abaixo do percentil 10 e 4% acima do percentil 90. Destacam-se nesses dados o baixo peso para idade, encontrando-se quase três vezes acima do padrão de referência utilizado, e a prevalência de baixa estatura para idade aproximadamente o dobro do valor esperado. Neste contexto, a freqüência de diarréia no dia da realização do estudo foi de 4% e a freqüência de diarréia duas semanas antes do dia do estudo foi de 12%, destacando a associação positiva com o estado nutricional apenas para diarréia no dia. A freqüência de mães com idade menor que 20 anos foi de 12%, não ocorrendo associação positiva em Colombo com o estado nutricional e, por último, a associação de escolaridade da mãe e estado nutricional foi positiva e acompanhada da tendência nacional. Nesta primeira análise, percebeu-se a contribuição de questões que demandem a concepção de políticas públicas comprometidas com a construção da Segurança Alimentar e Nutricional da população.

Avaliou-se, através de estudo transversal, o desempenho do programa de preventivo de colo de útero nas mulheres cadastradas no Programa de Hipertenso/Diabético na Unidade de Saúde Parolin. Foram analisados dados de prontuários clínicos quanto à realização do exame preventivo de colo de útero. A pesquisa abrangeu desde o momento que a mulher decide fazer o exame, através ou não da indicação por um profissional de saúde, até o resultado e tratamento, bem como a avaliação do risco das mulheres que realizaram o exame que residem em área de risco ter maiores chances de resultados de exames citopatológicos alterados em relação àquelas que residem em áreas de não risco. Concluiu-se que, apesar dos avanços que se observa na coleta de preventivos, a proporção de mulheres inscritas no programa que realizaram o exame dos últimos três anos é ainda baixa, sendo 38%. Esta proporção é mais baixa nas pacientes idosas e que os dados sugerem um maior risco de exames alterados entre as mulheres que residem em área de risco. Tais conclusões orientam a necessidade de reforçar o trabalho das equipes na coleta de preventivo na U. S., aproveitando as oportunidades de visita da população feminina à Unidade, como por exemplo, o Programa Hipertenso/Diabético, e também a validade da priorização do atendimento das mulheres residentes em área de risco, que são aquelas que teoricamente têm uma maior necessidade em realizar o exame e que não estão realizando o mesmo, devendo estas ser consideradas prioridade para a equipe na questão da assistência na saúde da mulher. Como proposta, salientamos que um trabalho local de educação em saúde para os profissionais da U. S. deve ser realizado com objetivo de conscientizá-los para a captação das mulheres da área de abrangência, com vistas à assistência no seu aspecto de prevenção do câncer de colo uterino.

O objetivo deste estudo foi avaliar o significado do aleitamento materno para mães que amamentavam seus filhos de até 45 dias, moradoras da área de abrangência de uma Unidade de Saúde do município de Araucária, totalizando sete mulheres, que concordaram em fazer parte do estudo e assinaram termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, que foram gravadas após a autorização, enfocando aspectos práticos e teóricos sobre a amamentação. A presente pesquisa apresenta caráter qualitativo do tipo exploratório-descritivo. A análise de conteúdo foi realizada pela metodologia de Bardin (1977), que proporcionou uma categoria central – significado do aleitamento materno -, que sub-originou seis categorias: opinião sobre amamentação; orientação profissional; cuidados realizados com as mamas; intercorrências na amamentação, influências culturais familiares na amamentação; demanda no aleitamento materno. As mulheres entrevistadas demonstraram algum conhecimento sobre o aleitamento materno, pois consideraram uma forma de prevenção de doenças, infecções e alergias, mencionaram o valor nutricional do leite materno e enfatizaram o benefício do vínculo entre mãe e filho proporcionado pela amamentação. Todas realizam a livre demanda na amamentação, inclusive à noite, porém três delas já ofertaram chá para seus bebês, apesar de todas relatarem que deve ser feito o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês do bebê. Todas conceituaram o colostro e enfocaram sua importância. Três mães ofereceram chupeta a seus bebês, porém apenas uma criança aceitou este hábito bucal não-nutritivo. Várias foram as respostas das entrevistadas de que seus familiares interferiram na forma de amamentar e que isto causava insegurança e nervosismo a elas. Estes aspectos demonstraram que a amamentação é influenciada pela cultura familiar e revela ações de cuidado específicas de cada família. Em relação aos companheiros, as entrevistadas relataram que alguns até exigiam delas a amamentação de seus filhos, no entanto, apoiaram-nas nesta prática e alguns ajudaram nos trabalhos domésticos e cuidados com os bebês. A maioria das mulheres recebeu orientação de profissionais de saúde durante o pré-natal, porém algumas só foram beneficiadas por esta atenção após o nascimento de seus bebês, logo após a implantação do Programa Saúde da Família, quando foi trocada a equipe multiprofissional, e que teve melhores condições para fazer o acompanhamento da amamentação após o parto. As ações para o aleitamento materno não devem ser exclusivas do pré-natal, mas sim durante todo o período de amamentação. Além disto, é necessário intervir nos aspectos culturais do aleitamento materno, o que só se consegue ao longo de várias gerações, por isso a educação para o aleitamento materno deveria se iniciar em idade escolar, enfatizando a discussão do tema em currículo de saúde em escolas de ensino fundamental e médio.

Este trabalho descreve a implantação do Programa Saúde da Família no município de Araucária, em 2001, sob a perspectiva da equipe de saúde bucal do Centro de Saúde Santa Terezinha, localizado em área rural denominada Guajuvira. A transição de Unidade Básica de Saúde de funcionamento tradicional para Unidade de Saúde da Família exigiu a reorganização do processo de trabalho da equipe de saúde bucal. Surgiu um novo perfil odontológico, com uma visão sistêmica e integral do indivíduo, resultando em mudanças organizacionais e individuais que visem resolutividade, garantia de acesso e continuidade de tratamento nos níveis mais complexos da atenção à saúde, além de incorporação de ações intersetoriais. Passou a funcionar com a prática complexa de inversão de valores, troca de saberes, vínculo e co-responsabilidade. Não é o abandono das ações tradicionais de promoção à saúde e sim a sua somatória com a proximidade da realidade familiar. Evidenciaram-se consensos e diferenças dentro da equipe PSF, o que conduziu ao desafio da proposta.

A questão do idoso tem sido de grande relevância no Brasil. As políticas de saúde e as altas tecnologias tiveram um papel significativo no aumento da perspectiva de vida e no crescente número de idosos. Entretanto, deixam de enfocar a vivência do idoso em família e em sociedade, constituindo, assim, problemas tanto para o idoso quanto para sua rede de relações e para a equipe de saúde. Tendo em vista o despreparo das famílias, da sociedade e dos profissionais de saúde no enfrentamento desta problemática, foi realizado este estudo, seguindo a metodologia da pesquisa qualitativa do tipo exploratório-descritiva, cujo objetivo é retratar a vivência do idoso no contexto familiar em uma área rural de abrangência do Programa Saúde da Família (PSF), no município de Quitandinha-Paraná. Os dados obtidos nos possibilitaram construir as categorias ESTADO DE SAÚDE DO IDOSO, OCUPAÇÃO DO TEMPO, RELACIONAMENTO COM A FAMÍLIA e SENDO IDOSO NA FAMÍLIA, de onde chegou-se à categoria central: SER IDOSOS NUMA COMUNIDADE RURAL. O resultado desta pesquisa levou-nos à conclusão de que a maioria dos idosos sente-se bem e que está passando por uma etapa da vida com aceitação de sua idade e tranqüilidade dentro do contexto familiar.

Muitas são as modificações ocorridas no ser humano causadas pela adolescência, um processo pelo qual todos passam, e alguns sem maiores problemas. Em outros, porém, esta fase trás conseqüências marcantes e até mesmo desastrosas. É a passagem da infância para a vida adulta e, muitas vezes, o adolescente não está preparado para este desligamento do mundo infantil, pois esta transição coincide com muitas perdas, e novas experiências que são necessárias para a formação da identidade e desenvolvimento da personalidade. Este trabalho foi desenvolvido na área de abrangência da Unidade de Saúde Dom Bosco-PSF, que se localiza no extremo sul do município de Curitiba-PR, pertencente ao Distrito Sanitário Bairro Novo, distante cerca de 20 quilômetros do centro da cidade e que juntamente com uma escola municipal, uma escola estadual, uma creche comunitária e um Projeto Piá representam os únicos equipamentos sociais para uma população de mais de 6000 habitantes. Abordamos a sexualidade e as conseqüências de uma gestação não planejada nesta fase da vida de uma menina, e propomos a busca de uma assistência diferenciada e de qualidade para tentar minimizar os danos causados pelo gestar a estas jovens que se tornarão mães e neste que talvez seja o único acesso na escala social de suas vidas: adoslescente-mãe, uma vez que sabemos que a gestação nesta fase lhes trará prejuízos no rendimento escolar e muitas abandonam os estudos, o que acarretará mais tarde em um subemprego, desinformação, falta de planejamento e, como conseqüência, nova gestação.

Este trabalho apresenta a implantação do Programa de Saúde da Família em uma determinada localidade no município de Araucária- PR. O enfoque é a percepção da comunidade residente neste local e suas expectativas em relação ao trabalho da equipe de Saúde da Família. Para esta finalidade, estabelecemos uma proposta de investigação onde cada morador foi entrevistado para conhecermos suas opiniões, características e o grau de conhecimento sobre o Programa de Saúde da Família. Os sujeitos deste trabalho foram 88 pacientes da comunidade onde o Programa de Saúde da Família estava sendo implantado. Durante as entrevistas, outro aspecto foi considerado: o conhecimento e a participação comunitária no Conselho Local de Saúde. Para tal finalidade, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, com a descrição na revisão bibliográfica dos assuntos abordados, e visitas domiciliares para a coleta de dados em entrevistas individuais, feitas com um instrumento semi-estruturado. Na análise dos dados encontramos que a comunidade não conhece e não participa do Conselho Local de Saúde e também não conhece o Programa de Saúde da Família. Concluímos que os objetivos propostos foram atingidos e que nossa população precisa de maiores informações acerca do Sistema Único de Saúde e do Programa de Saúde da Família para que venha a ser mais participativa e decisiva em suas comunidades.

O presente estudo refere-se a uma proposta de acompanhamento à gestante, baseada no modelo assistencial do Programa de Saúde da Família, o qual foi realizado no intuito de adequar este acompanhamento aos princípios deste Programa, bem como aproximar os profissionais de saúde, cada vez mais, da realidade a que o cliente/família encontra-se inserido. Este estudo partiu da inquietude da pesquisadora no sentido de adequar a assistência de enfermagem à gestante, já prestada na Unidade de Saúde Parolin ao Programa de Saúde da Família. Para isto, é proposto um instrumento de acompanhamento à gestante o qual se supõe ser capaz de fornecer dados suficientes para uma prescrição da assistência que seja realizada de forma integral, multidisciplinar, intersetorial e de acordo com a realidade e necessidades deste cliente/família, sob a ótica do referido Programa. Para esta proposta foi desenvolvido levantamento bibliográfico abrangendo assuntos relacionados ao tema, pesquisa qualitativa através de um instrumento semi-estruturado, aplicado durante consulta de enfermagem na Unidade de Saúde e no domicílio. Conclui-se que os objetivos propostos foram atingidos, uma vez que o instrumento mostrou-se capaz de abranger todos os aspectos importantes a serem considerados durante o acompanhamento do pré-natal envolvendo cliente e família.

O presente trabalho enfoca as questões vivenciadas pelos portadores de deficiências e seus familiares moradores da área de abrangência da Unidade de Saúde Monte Castelo, Colombo/Pr. Para desenvolvermos esta proposta estabelecemos como objetivos: investigar a vivência da família com a criança portadora de deficiência; contribuir para a prática da promoção à saúde para as famílias de portadores de deficiência e contribuir para a prática da promoção à saúde e prevenção das deficiências no período pré-natal. A metodologia utilizada foi qualitativa e de caráter exploratório. Os dados foram coletados por meio de um instrumento de pesquisa baseado no modelo de instrumento utilizado pelo Centro Regional de Atendimento Integrado ao Deficiente e registros existentes no Programa de Saúde da Família da referida Unidade de Saúde. Para participarem da entrevista os quatro sujeitos familiares dos portadores de deficiência assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, respeitando-se a Resolução 196/69 do Ministério da Saúde. Os resultados encontrados foram: caracterização dos entrevistados; caracterização sócio-econômica das famílias; caracterização habitacional e condições do bairro; por último, caracterizou-se a vivência dos sujeitos com o portador de deficiência na família. Como considerações finais, destacamos que estes sujeitos descrevem um processo de muito sofrimento, angústias e dificuldades da dura realidade de suas vidas. Acreditamos que as equipes do Programa Saúde da Família, diretamente relacionadas ao contexto destes sujeitos, deverão desenvolver uma prática sanitária que atenda à realidade descrita. Assim, atingimos os objetivos propostos e apontamos a necessidade de novos estudos nesta área.

O Programa Saúde da Família foi criado oficialmente pelo Ministério da Saúde em 1994 com base no Programa de Agentes Comunitários de Saúde, como medida de enfrentamento dos graves índices de morbimortalidade materna e infantil na Região Nordeste do país, a partir do reconhecimento da crise do modelo de atenção vigente voltado para ações curativas e de baixo impacto na melhoria da qualidade de vida da comunidade. Seu enfoque baseia-se na família e não no indivíduo e o agir preventivo sobre a demanda, constituindo-se num instrumento de organização da mesma. O seguinte trabalho buscou traçar a trajetória da saúde pública no Brasil e o contexto no qual se deu a implantação do PSF, para assim analisar os principais desafios enfrentados por este Programa em relação à inserção do profissional nutricionista em suas equipes. Foram expostos, nesta análise, argumentos com base nas ações priorizadas pelo PSF, para o importante papel que o nutricionista pode desempenhar nas ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde dos cidadãos e da família, de forma integral e contínua, contribuindo assim para a construção da Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e para a concretização do direito humano universal à alimentação e nutrição adequadas. O desenvolvimento de atitudes e habilidades adequadas ao novo modelo de assistência à saúde foi apontado como uma oportunidade para o profissional diferenciar-se na ocupação dos múltiplos espaços de participação existentes, não penas na execução, mas também influenciando na concepção, gestão e condução de políticas públicas brasileiras nas suas diferentes esferas. Os desafios apontados na inserção deste profissional nas ESF, além dos limites e alcances do Programa, dizem respeito ao seu financiamento, ao engajamento dos nutricionistas na discussão em defesa da sua inserção nas equipes, e também apontam para a importância da confirmação, consolidação e ampliação do PSF como modelo de reorientação da atenção à saúde no Brasil, com a manutenção dos direitos à saúde garantidos constitucionalmente.

Este estudo foi realizado com 202 profissionais das Equipes de Saúde Bucal de 30 Unidades de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba. Através de questionários, analisou-se o perfil dos profissionais de Saúde Bucal da SMS de Curitiba na abordagem ao adolescente, quanto à participação em atividades educativas com enfoque em saúde bucal e outros temas. Foi analisada, também, a forma de abordagem desses profissionais para com os adolescentes e a percepção que esses profissionais têm sobre seu conhecimento sobre a mesma e sua visão acerca do conhecimento que a equipe de saúde bucal possui. Os resultados demonstraram que há maior participação em atividades educativas com adolescentes por parte dos profissionais que estão atuando há mais de 10 anos em saúde pública e também os que atuam em Unidade com Programa de Saúde da Família. Os profissionais dessas Unidades de Saúde abordam mais outros temas quando comparados com os de Unidade Básica. Quanto à abordagem diferenciada ao adolescente e conhecimento para tal abordagem por parte dos profissionais e a visão destes sobre o conhecimento da equipe, observou-se bastante semelhança entre as categorias comparadas (Cirurgião-Dentista, Técnico em Higiene Bucal, Auxiliar de Consultório Dentário). Sugere-se que nas atividades de Educação Continuada promovidas pela SMS sejam incluídos temas sobre esse assunto e que também haja discussões para troca de idéias entre as equipes de saúde e a elaboração de propostas de trabalho.

Este estudo foi realizado com adolescentes de quinta a oitava séries do Colégio Estadual Professora Angelina Anna Maria Consolo do Prado, São José dos Pinhais, em 2004, para poder avaliar a autopercepção destes em Saúde bucal. Foi realizado um questionário para conhecer a realidade e o modo de pensar destes adolescentes. Constatou-se que ainda são preocupantes e freqüentes as doenças bucais neste grupo, já que muitos adolescentes relatarem que o motivo da última consulta ao dentista foi por dor, cárie ou sangramento gengival. Existe também certa ansiedade e medo ao tratamento odontológico, o que faz com que uma pequena parcela da população chegue à adolescência sem nunca ter ido ao dentista. É grande a preocupação pelo correto posicionamento dos dentes nesta idade, devido a ser alta a procura por aparelhos ortodônticos. Os resultados indicam que há a necessidade de realizar atividades e ações em saúde bucal voltadas para estes adolescentes, para reverter este quadro. Isso exige métodos de educação problematizadora, que estimule o espírito crítico e a mudança de realidade. Educação que busca melhoria não só da saúde bucal, mas de qualidade de vida e que torne os adolescentes em cidadãos, para serem responsáveis e atuantes em seu contexto social, na família, na escola e na comunidade.

Este estudo apresenta a construção de uma proposta de educação em saúde tendo como sujeitos do estudo as educadoras que trabalham com crianças no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) – Gralha Azul, no Município de Fazenda Rio Grande – PR, o qual foi inicialmente desenvolvido com os profissionais da Unidade de Saúde Gralha Azul, educadoras do CMEI e mães das crianças que freqüentam esta instituição. Este estudo teve como questão norteadora os temas voltados à promoção em saúde, para capacitação das educadoras do CMEI. Partindo desta questão, foi realizada uma pesquisa semi-exploratória. Os temas abordados na capacitação das educadoras tiveram como produto final a elaboração de um manual voltado à educação em saúde, elaborado com a participação de uma equipe multiprofissional, abordando temas sugeridos pelas educadoras, profissionais de saúde e mães acima citados. Faz-se necessário, portanto, intensificar ações em saúde em instituições de educação infantil, pois nestes lugares há grande aglomeração de crianças com grande risco de transmissão de doenças. A instrumentalização das educadoras visa melhorar a qualidade no atendimento às crianças assistidas por esta instituição.

A adolescência, por si só, constitui uma fase de conflitos e incertezas. Vários autores definiram a adolescência, sem, no entanto, chegarem a um conceito único. Quando pensamos em gestação na adolescência visualizamos que a adolescente irá enfrentar vários problemas e dificuldades, tanto na vida familiar quanto para gerar o bebê. O objetivo principal deste trabalho foi conhecer os projetos de vida anteriores à gravidez e como estes se realizaram após a gestação, em 10 adolescentes da área de abrangência da Unidade de Saúde Xapinhal. Para que este objetivo fosse alcançado, foi realizada uma entrevista aberta, sendo esta gravada e posteriormente transcritas pela pesquisadora. Durante a entrevista constatamos que as condições de vida dessas mulheres pioraram após a experiência da gravidez na adolescência, levando-as a terem subempregos, famílias desestruturadas, dificuldades financeiras e baixa escolaridade. Concluiu-se, neste trabalho, que algumas mulheres conseguiram superar as dificuldades e hoje referem que não se arrependeram de terem seus filhos ainda adolescentes, levando a um amadurecimento. Outro aspecto importante refere-se aos profissionais da equipe de Saúde da Família, que se angustiam ao tratar de pacientes com tais problemas, levando-os a vivenciar os momentos difíceis passados. Como sugestão, proponho um trabalho abrangendo a experiência dos pais, gênero masculino, para que complemente essa abordagem.

Partindo de uma análise das concepções relativas à atenção à saúde ao longo do tempo e detendo-se no exame de definições de família enquanto foco do cuidado no Programa Saúde da Família (PSF), este trabalho propõe que tratar a família difere de tratar um conjunto de indivíduos. Insere o enfoque sistêmico como modelo teórico mais adequado para o PSF e procura levá-lo para a prática assistencial sob a forma de psicoterapia familiar. Busca colocar a subjetividade em seu devido lugar na atenção primária à saúde, valendo-se de um estudo de caso orientado qualitativamente. Como resultado, obtém a validação desta proposta e um modo de trabalho que viabiliza a psicoterapia no PSF, além de realizar várias reflexões que envolvem a saúde pública como um todo.

Este trabalho foi realizado em uma Unidade de Saúde do Município de Colombo-PR, tendo como objetivo investigar a percepção dos usuários hipertensos participantes das palestras de educação à saúde sobre temas abordados, visando contribuir para a prática de educação à saúde. Seu embasamento científico deu-se pelo estudo na literatura e pela aplicação da metodologia qualitativa de caráter exploratório. A aplicação dessa proposta metodológica ocorreu no mês de novembro de 2003, por meio de visitas domiciliares aos usuários hipertensos. Os sujeitos do estudo foram selecionados de acordo com a participação, ou seja, maior número de presenças no ano 2003 nos encontros de educação à saúde realizados pela Unidade de Saúde. A amostra foi de 14 usuários hipertensos, sendo utilizado como critério a saturação dos dados. Foi possível observar que a relação dos usuários hipertensos com os membros da equipe de saúde é um fator altamente positivo na adesão desses ao tratamento. O objetivo do estudo foi alcançado, pois todos os usuários hipertensos responderam ter recebidos orientações para controle adequado da hipertensão arterial e afirmaram que as orientações dadas nas palestras surtiram resultados extremamente positivos na vida de cada um. Todos estes aspectos destacados deverão ser observados para se manter e garantir o desenvolvimento das ações de promoção de saúde e prevenção de complicação. Assim, considero que os objetivos propostos foram atingidos.

Este estudo avaliou a influência da educação e orientação em saúde bucal sobre o índice de higiene oral em pré-escolares. Teve como base teórica os conceitos de educação em saúde, placa bacteriana e índice de higiene oral. Os objetivos foram promover educação, motivação e orientação em saúde bucal, observando se houveram mudanças nos hábitos dos indivíduos do grupo estudado e propor ações para um grupo maior. O estudo foi desenvolvido durante o período de 2 meses na Escola Municipal Arlindo Andreatta, no município de Colombo–PR, envolvendo 60 crianças do pré-escolar, divididas em dois grupos de 30, sendo um controle e outro experimental. Inicialmente, foi realizado um exame bucal do Índice de Higiene Oral (IHO) dos dois grupos. O grupo controle não recebeu orientação e o experimental participou de atividades educativas/preventivas e de orientação em saúde bucal. Após a intervenção, um levantamento de IHO (final) foi realizado. Os resultados encontrados foram positivos, onde o grupo controle teve uma redução no IHO, confirmando ser a motivação/orientação um fator fundamental na criação e desenvolvimento de hábitos corretos de higiene oral. Através dos resultados, podemos propor incrementar as ações educativas e estendê-las a um número maior de alunos, além de ser uma atividade que deve ser reforçada constantemente.

O aleitamento materno é fator indispensável para o crescimento e desenvolvimento saudável do ser humano e, também, para estabelecer o vínculo afetivo entre a mãe e o filho. Devido sua importância ele é recomendado pela OMS e contemplado nas políticas de saúde vigentes. Entretanto, em nossa prática profissional ainda encontramos mulheres que desmamam seus filhos precocemente e/ou os amamentam de forma incorreta. Este estudo foi realizado com gestantes, sendo todas multigestas, em uma Unidade Básica de Saúde de Cerro Azul – PR. Teve como objetivo identificar os motivos pelos quais as mães não amamentam seus filhos até os 06 meses de vida. A amostra foi composta por 31 mulheres e os dados obtidos através de entrevista. Seguiu-se a normatização de Resolução 196/96 que dispõem sobre pesquisa em seres humanos. Os dados nos mostram que o desmame precoce é significativo entre as mulheres que compuseram a amostra, pois devido a sua herança cultural, as mulheres acreditam em mitos e tabus relacionados ao aleitamento materno. De onde concluímos que, apesar dos esforços dos profissionais de saúde em orientá-las sobre a importância do aleitamento materno, elas ainda desmamam seus filhos precocemente.

Este estudo apresenta uma análise do programa de saúde mental na Unidade de Saúde Sabará no ano de 2002. A problemática foram os atendimentos prestados aos portadores de alterações mentais que compareceram na Unidade de Saúde Sabará a fim de obter alguma forma de assistência. Para isto, foi estabelecida a análise dos relatórios realizados durante os meses do ano de 2002, dados esses que foram organizados em gráficos e tabelas. Como dados foram utilizados o quantitativo de consultas médicas, psiquiátricas e psicológicas; atendimentos de grupos; atendimentos por outros profissionais da Unidade de Saúde; diárias de NAPS (Núcleo de Atenção Psicossocial); detecção de crises; internamentos e as visitas domiciliares realizadas pela equipe do Programa de Saúde da Família. Para esta proposta foi desenvolvida a pesquisa quantitativa, com revisão bibliográfica sobre o assunto em questão e análise dos relatórios de saúde mental. Percebemos que o programa de saúde mental vem alcançando uma adesão positiva por parte dos pacientes que utilizam os diversos serviços de apoio, porém estes necessitam de uma atenção diferenciada, pois tendem a abandonar o tratamento quando percebem bons resultados, mesmo antes da alta médica. Por último, é importante ressaltar que avaliações das atividades realizadas nesta área devem ser constantes, para que os profissionais façam uma análise crítica de sua atuação e assim seja mantido um padrão de excelência em suas ações.